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Como explorar todo o potencial da tecnologia e se tornar um superusuário de IA

Ferramentas de IA como ChatGPT, Copilot e Perplexity estão criando superusuários que utilizam tecnologia avançada para otimizar processos e alcançar excelência em suas áreas.

6/6/2025

Um negócio em crescimento geralmente enfrenta um aumento na carga de trabalho, o que pode trazer muitos desafios, como custos elevados e dificuldades na gestão de colaboradores. Felizmente, a inteligência artificial é uma grande auxiliar nesse processo, proporcionando eficiência e automação que impulsionam a expansão do empreendimento de forma estratégica e escalável.

Segundo a pesquisa global AI Snapshot, realizada pela Salesforce, a IA generativa está cada vez mais integrada aos procedimentos corporativos. No Brasil, esse movimento é ainda mais intenso: o uso de ferramentas que utilizam essa tecnologia é maior do que a média mundial.

Quais ferramentas de inteligência artificial estão criando os superusuários?

O avanço das ferramentas de inteligência artificial generativa, como ChatGPT, Copilot e Perplexity, está gerando uma nova categoria de profissionais conhecidos como superusuários.

Mas, afinal, o que são os superusuários? 

São pessoas que utilizam as soluções de forma avançada, indo além do uso primário e aplicando essas tecnologias para resolver problemas complexos, sistematizar processos e gerar soluções inovadoras em suas áreas de atuação. Ou seja, além de usar o básico que a IA oferece, exploram todo o seu potencial para alcançar resultados superiores.

O ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI, é um dos modelos mais avançados no processamento de linguagem natural. Sua popularidade se deve à capacidade de entender e gerar textos de alta qualidade, simulando interações humanas com precisão e proporcionando resultados relevantes em diversos contextos.

O Copilot, desenvolvido pela GitHub em parceria com a OpenAI, é um assistente de codificação baseado em tecnologia cognitiva que auxilia programadores na escrita de código de maneira rápida. Ele oferece sugestões de código, identifica erros e automatiza tarefas repetitivas, facilitando o trabalho de desenvolvedores de todos os níveis.

Já o Perplexity é um modelo de IA voltado para pesquisa e análise de informações. Ele combina a habilidade de compreender perguntas complexas com a capacidade de fornecer respostas bem estruturadas e contextualizadas, tornando-se um recurso muito útil para profissionais que precisam analisar grande quantidade de dados ou obter opiniões sobre temas.

Apesar de suas diferentes funcionalidades, o objetivo final no uso dessas ferramentas é sempre o mesmo: alcançar maior eficiência e qualidade nas entregas, aumentando, consequentemente, o potencial do negócio.

Quais os principais benefícios da IA?

Segundo a análise da Salesforce, a IA generativa já faz parte da rotina de 32% dos profissionais brasileiros, enquanto a média global é de 28%. Além disso, 8 em cada 10 usuários afirmam que a tecnologia aumentou sua produtividade, um índice superior à média mundial, que é de 7 em cada 10.

Esses números mostram que o Brasil não só está aderindo rapidamente às inovações, como também está conseguindo extrair benefícios concretos em termos de desempenho.

E onde podemos ver essas vantagens?

No marketing, por exemplo, é possível utilizar a computação cognitiva para criar conteúdos, desde posts para redes sociais até campanhas completas de e-mail marketing. Além da capacidade de analisar dados de audiência e comportamento, personalizar mensagens para perfis de clientes e gerar ideias criativas. 

Já no atendimento ao cliente, os consumidores conseguem respostas mais rápidas, graças à disponibilidade que não se limita ao horário comercial ou a colaboradores sufocados pela demanda de responder muitas mensagens. Por consequência, o atendimento automatizado reduz o custo operacional.

Felizmente, graças aos avanços tecnológicos, as interações podem ainda ser personalizadas. Isso porque a IA aprende com cada interação, fornecendo respostas ideais para cada pessoa. 

Softwares com IA estão mudando a advocacia

No setor jurídico, advogados que se tornam superusuários da inteligência artificial descobrem formas inovadoras de acelerar processos e diminuir a carga horária com burocracias.

Como a pesquisa jurídica, que ajuda a encontrar jurisprudências, doutrinas e leis relevantes em questão de segundos, com um nível de excelência surpreendente. Ou até mesmo realizar a análise de documentos, revisando contratos, identificando cláusulas problemáticas e até sugerindo melhorias com base em padrões pré-estabelecidos.

Mas é na automação que a IA mostra todo o seu potencial de eficiência, especialmente quando combinada com softwares jurídicos avançados. Esses softwares utilizam inteligência artificial para oferecer sistematização completa de fluxos dentro do fluxo operacional de escritórios de advocacia, simplificando atividades que antes consumiam horas de trabalho.

Por meio da automação inteligente é possível gerenciar prazos, organizar documentos e até mesmo criar fluxos personalizados para o acompanhamento de processos judiciais. Essa programação proporcionada pela IA colabora para alcançar melhores resultados.

Advogados que se tornam superusuários conseguem entregar um serviço de alta qualidade e precisão. Essa eficiência é o que diferencia os escritórios mais avançados daqueles que ainda dependem exclusivamente de procedimentos manuais e burocráticos.

Quais os cuidados na implementação de tecnologias?

Segundo a mesma pesquisa da Salesforce, constatou-se que, entre os brasileiros que ainda não utilizam a IA generativa, 37% planejam adotá-la em breve. Além disso, 65% dos entrevistados acreditam que dominar essa tecnologia representa uma oportunidade para melhorar sua remuneração, enquanto 71% afirmam que adquirir expertise em sistemas inteligentes lhes proporciona mais satisfação profissional.

No entanto, é ideal lembrar que essa inovação não deve vir acompanhada do custo de comprometer a ética ou substituir completamente as pessoas. 

E o que acontece nesse contexto? A implementação da tecnologia precisa ser acompanhada por diretrizes claras, ética e bom senso.

No Brasil, por exemplo, não existe uma legislação específica que regulamente o uso da computação cognitiva. No entanto, a LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados já estabelece padrões importantes relacionados à segurança da informação, e essa regulamentação também deve ser considerada no uso da IA. Portanto, o bom senso não deve ser sacrificado em prol do desempenho.

Outro ponto relevante é que a participação humana deve ser constante. Existe a possibilidade de informações incorretas, conhecidas como alucinações, quando o sistema fornece respostas que parecem adequadas, mas na verdade são imprecisas ou completamente fictícias. Por isso, é viável que haja sempre um profissional qualificado para revisar e conferir detalhes, garantindo que o conteúdo gerado seja confiável e adequado.

O uso de IA para criar documentos, relatórios, produtos de marketing e outros materiais escritos pode, inadvertidamente, resultar em plágio ou violação de direitos autorais. Como os sistemas são treinados em enormes volumes de dados, existe a possibilidade de que parte do conteúdo gerado reproduza trechos protegidos por direitos autorais ou replicações não intencionais de materiais publicados anteriormente.

Além disso, questões como privacidade de dados, confidencialidade e vieses algorítmicos são preocupações legítimas que precisam ser enfrentadas antes de se confiar totalmente em ferramentas para tarefas críticas. Os colaboradores atuais precisam desenvolver habilidades tecnológicas para compreender como esses recursos funcionam, quais são seus pontos fortes e quais suas limitações.

É ideal que os usuários sejam diligentes ao revisar o texto produzido pela IA, certificando que ele seja original e adequado para uso comercial ou jurídico. Por outro lado, a falta de cuidado nesse aspecto pode levar a complicações legais e comprometer a credibilidade do profissional ou do escritório.

Como inovar com IA?

A inteligência artificial está abrindo caminhos para que profissionais e escritórios aprimorem a eficiência e a qualidade de seus serviços. No entanto, esses caminhos devem ser trilhados com responsabilidade e criatividade, alcançando o patamar dos superusuários.

Utilizar a IA apenas em funções básicas pode, de fato, acelerar os trabalhos, mas é ao explorar todo o seu potencial que a verdadeira inovação acontece e resultados diferenciados são alcançados.

Essa tecnologia desafia cada um a se perguntar: como posso usar essa ferramenta para fazer o que nunca foi feito? Aqueles que encontrarem as melhores respostas para essa pergunta serão capazes de redefinir o padrão de excelência em suas áreas de atuação.

Eduardo Koetz
Eduardo Koetz é advogado, sócio-fundador da Koetz Advocacia e CEO do software jurídico ADVBOX . Especialista em tecnologia e gestão, ele também se destaca como palestrante em eventos jurídicos.

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