De um lado, o médico tem o compromisso com a saúde do paciente; de outro, a luta diária contra a burocracia imposta pelos planos de saúde. Essa tem sido a batalha de médicos e clínicas nos últimos anos.
Entre os maiores desafios de sustentabilidade dos serviços de saúde, está a prática recorrente das glosas médicas: quando os planos de saúde negam o pagamento pelos serviços já realizados, impactando diretamente o fluxo de caixa e a manutenção das atividades.
Não é surpresa que, em algumas especialidades como cirurgia oncológica, ortopedia e radiologia, o índice de glosas chega a comprometer parcela significativa da receita mensal das clínicas. A justificativa das operadoras, em regra, baseia-se em supostos "erros de faturamento", "incompatibilidades de procedimentos" ou "divergências contratuais", mas esses argumentos quase sempre carecem de amparo técnico ou jurídico, e é justamente aqui que surge uma oportunidade estratégica: a interposição de recursos administrativos bem estruturados.
O ganho financeiro direto com os recursos de glosas
Na prática, cada glosa revertida representa dinheiro que o médico já trabalhou para receber. Ao contrário de novas consultas ou procedimentos, é um valor já produzido, mas retido indevidamente pela operadora. Ou seja: cada recurso administrativo bem-sucedido aumenta a receita sem a necessidade de mais atendimentos ou expansão de agenda.
Além disso, o profissional da saúde que se apoia em uma assessoria jurídica consegue:
- Reduzir perdas financeiras recorrentes, porque boa parte das glosas não resistiria à análise técnica-jurídica;
- Ganhar tempo, direcionando sua energia para a atividade-fim da medicina, sem se perder na burocracia administrativa e reenvio de documentos;
- Ampliar sua taxa de êxito nos recursos administrativos, pois o advogado conhece os fundamentos legais, regulatórios e contratuais que respaldam a cobrança.
O custo invisível de ignorar as glosas
Diante da falta de tempo, é comum que médicos e clínicas acabem absorvendo o prejuízo das glosas como algo “normal” no mercado dos planos de saúde. Mas o que parece apenas uma perda pontual, ao fim de um trimestre ou ano, representa cifras expressivas, que poderiam ser reinvestidas para expansão da clínica, melhorias estruturais ou em ampliação de equipe de trabalho.
Mais grave ainda: a inércia frente às glosas acaba reforçando a prática abusiva dos planos de saúde, que seguem negando pagamentos de forma automática, confiando justamente na sobrecarga dos profissionais de saúde. Não à toa, o lucro das operadoras teve aumento de 157% no primeiro semestre de 2025, conforme dados divulgados pela ANS no início de setembro/25.
Assessoria jurídica como aliada estratégica
Contar com profissional qualificado na área não deve ser visto como custo, mas como investimento de retorno mensurável. A advocacia preventiva nos recursos administrativos de glosas é instrumento de equilíbrio contratual entre médicos, clínicas e planos de saúde.
Ao delegar essa função a um profissional jurídico, garantem não apenas maior taxa de recuperação dos valores retidos, mas também tranquilidade para se dedicar à medicina, deixando a burocracia nas mãos de quem conhece os caminhos legais e administrativos para reverter a situação.
Conclusão
As glosas médicas não são apenas uma questão administrativa, mas um fator econômico que pode comprometer a saúde financeira de profissionais e clínicas, e a transformação do cenário depende de estratégia, técnica e conhecimento jurídico.
Em um mercado cada vez mais competitivo, investir nos recursos administrativos de glosas é uma das formas mais eficazes de recuperar receitas, reduzir perdas e fortalecer a sustentabilidade da atividade médica.