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Modelos de negócios jurídicos e posicionamento estratégico: A nova chave para a sobrevivência dos escritórios de advocacia

Descubra como os novos modelos de negócios jurídicos, aliados a um posicionamento estratégico de mercado, são fundamentais para a sobrevivência e crescimento sustentável dos escritórios de advocacia no Brasil.

9/9/2025

Um debate que deixou de ser teoria

Modelos de negócios jurídicos, posicionamento de mercado e estratégias de sobrevivência podem soar como temas recorrentes. No entanto, quando analisados sob a ótica de quem ocupa diariamente a cadeira de executivo em um escritório de advocacia, deixam de ser conceitos abstratos e se tornam realidade vivida.

Não se trata apenas de literatura acadêmica ou tendências de consultoria. É sobre a experiência prática de quem sente na pele as pressões de um mercado em constante transformação - competitivo, exigente e implacável.

A ruptura do modelo tradicional

A advocacia brasileira foi marcada por um modelo artesanal: bancas familiares, equipes enxutas, prestígio social e cobrança por hora. Embora eficiente no passado, esse formato já não sustenta a complexidade de operações atuais.

Hoje, os escritórios que permanecem presos a esse modelo enfrentam três forças de pressão:

Nesse contexto, sobrevivência significa gestão estratégica, não apenas excelência técnica.

Novos modelos de negócios jurídicos

Nos últimos anos, diferentes formatos de atuação têm se consolidado, mas todos com um ponto em comum: clareza de posicionamento.

Redes cooperativas de escritórios: Alianças estratégicas que permitem escala e presença nacional sem perder autonomia.

Mais do que a estrutura, o diferencial está em traduzir valor percebido pelo cliente.

Posicionamento: Além da técnica

Na advocacia contemporânea, excelência técnica é apenas o ponto de partida. O verdadeiro diferencial está na forma como o escritório se posiciona no mercado:

O cliente de hoje busca resultados, mas também deseja uma relação com parceiros estratégicos e inteligentes.

Sobrevivência: A visão de dentro

Quando falamos em sobrevivência no mercado jurídico, falamos de decisões diárias complexas. Significa analisar fluxos de caixa, revisar planilhas de madrugada adentro, tomar decisões difíceis e ajustar a rota diante de cenários incertos.

Nesse contexto, o advogado se torna também um executivo jurídico, responsável por equilibrar técnica, gestão e visão estratégica.

Sobreviver exige:

Conclusão: Quem não se reposiciona, desaparece

Pode parecer clichê afirmar que o mercado mudou. Mas, para quem vive essa transformação de dentro, é impossível ignorar: escritórios que não definem claramente seus modelos de negócios, que não ajustam seu posicionamento e que não tratam a sobrevivência como prioridade estratégica correm sério risco de desaparecer.

O futuro da advocacia não pertence apenas aos maiores, mas aos que souberem equilibrar técnica, gestão e visão estratégica.

Não escrevo aqui como consultor, mas como alguém que vivencia, diariamente, as consequências das decisões que sustentam não apenas o crescimento, mas a própria existência de um escritório de advocacia.

No fim, sobrevivência não é resistir: é reinventar-se.

Ricardo Leite
Graduado em Administração de Empresas, pela Universidade Estadual do Vale do Acaraú - Sobral - CE, com especialização em Marketing pela Escola Superior de Marketing e Propaganda ESPM-SP, MBA em Controladoria e Custos pela Universidade Estadual de Pernambuco -UPE, Pós-Graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral, atuando também como coordenador do PAEX (Parceiros para excelência da Fundação Dom Cabral). Vivência de 23 Anos de mercado financeiro e bancário, dentre estes, 16 anos como gestor, em diversos segmentos da economia, tais como, Construção Civil, Distribuição de Alimentos, Industria de Alimentos Publicidade e Propaganda, Empresas de software e Clínicas Médicas. Nos dias de hoje, Ricardo atua como Diretor do escritório Rueda & Rueda Advogados.

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