Migalhas Quentes

Simples adesão à greve não é falta grave para justificar justa causa

A simples adesão à greve, mesmo após a recomendação do fim do movimento pelo sindicato da categoria, não configura falta grave que justifique a demissão por justa causa do trabalhador. Ao rejeitar recuso da Betin S/A, a 3ª turma do TST manteve, na prática, decisão anterior nesse sentido do TRT da 24ª região - MS. No caso, o autor da ação e outras centenas de trabalhadores continuaram em greve, mesmo após a negociação do sindicato da categoria para o fim do movimento. A empresa demitiu esses empregados sob a alegação de "indisciplina" e "mau procedimento", pois a paralisação seria ilegal.

30/3/2010

Greve

Simples adesão ao movimento não é falta grave para justificar justa causa

A simples adesão à greve, mesmo após a recomendação do fim do movimento pelo sindicato da categoria, não configura falta grave que justifique a demissão por justa causa do trabalhador. Ao rejeitar recuso da Betin S/A, a 3ª turma do TST manteve, na prática, decisão anterior nesse sentido do TRT da 24ª região - MS. No caso, o autor da ação e outras centenas de trabalhadores continuaram em greve, mesmo após a negociação do sindicato da categoria para o fim do movimento. A empresa demitiu esses empregados sob a alegação de "indisciplina" e "mau procedimento", pois a paralisação seria ilegal.

O TRT do MS, ao analisar o recurso da empresa contra decisão do juiz de 1º grau, entendeu que a paralisação foi coletiva, pois "a insatisfação da categoria era manifesta, tanto que, mesmo após a negociação realizada com o sindicato, não houve autorização dos interessados em assembléia e centenas de trabalhadores continuaram de braços cruzados". Como não haveria provas de que houve atos de depredação do patrimônio da empresa, nem violência contra trabalhadores, o TRT tomou como base para a sua decisão a súmula 316 do STF (clique aqui), segundo a qual "a simples adesão à greve não constitui falta grave".

O ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, relator do processo na 3ª turma do TST, ao analisar o agravo de instrumento da empresa contra o julgamento regional, ressaltou que seria necessário o reexame dos fatos referentes aos alegados atos de indisciplina do trabalhador e a legalidade da greve para uma possível modificação da decisão contestada. De acordo com a súmula 126 do TST, não cabe análise de fatos e provas nessa fase do processo. Assim, o relator não conheceu do agravo de instrumento da empresa e, por isso, continuou valendo a decisão do TRT contra a demissão por justa causa.

_________________
___________________

Leia mais

  • 02/3/2010 - Alegação do princípio de isonomia não é suficiente para reverter demissão por justa causa, decide 5ª turma do TST - clique aqui.
  • 3/3/2010 - Conduta indevida em greve é motivo de demissão por justa causa para sindicalistas, decide TST- clique aqui.

________________

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Notícias Mais Lidas

Aos gritos, promotor chama advogado de “safado, pilantra, bosta e frouxo”

25/4/2024

MP/SP arquiva caso de abuso de autoridade de policial contra advogado

25/4/2024

STJ aplica honorários por equidade em execução fiscal

25/4/2024

Cão Joca: Legislativo e ministério da Justiça se posicionam sobre caso

25/4/2024

Promotor que chamou advogado de “bosta” é alvo de reclamação no CNMP

25/4/2024

Artigos Mais Lidos

Do “super” cônjuge ao “mini” cônjuge: A sucessão do cônjuge e do companheiro no anteprojeto do Código Civil

25/4/2024

Domicílio judicial eletrônico

25/4/2024

Pejotização: A estratégia que pode custar caro

25/4/2024

Transação tributária e o novo programa litígio zero 2024 da RFB

25/4/2024

Burnout, afastamento INSS: É possível?

26/4/2024