O Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, ressaltou as críticas do presidente do STF, Joaquim Barbosa, feitas na última segunda-feira, 11, à leniência dos bancos. O depoimento do procurador-geral foi dado nesta terça-feira, 12, ao sair do seminário Inovações e Desafios da Nova Lei sobre Crimes de Lavagem de Dinheiro realizado pelo CNJ.
Para Gurgel, a demora das instituições financeiras em fornecer as informações às autoridades responsáveis pela investigação de crimes de lavagem de dinheiro dificulta o trabalho do MP. "No momento em que precisamos das informações bancárias, existe sim uma certa leniência das instituições financeiras no sentido de fornecer esses dados", afirma.
As mesmas críticas foram feitas pelo ministro JB na abertura do seminário. "Embora a nova legislação contenha avanços, ela ainda se ressente da responsabilização penal da pessoa jurídica que tenha concorrido para a prática do crime de lavagem de dinheiro", disse Barbosa.
Reforçando o argumento de JB, Gurgel afirma que a solução do problema independe de mudanças legislativas, mas depende do Banco Central que deve cobrar das instituições bancárias o atendimento do pedido oficial de informações. "Afinal de contas, elas não estão fazendo nenhum favor. Estão apenas cumprindo a lei", argumentou o procurador.