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CPI requisitou antecedentes de 33 advogados

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8/6/2006


Tráfico de Armas

CPI requisitou antecedentes de 33 advogados


A CPI do Tráfico de Armas pediu à polícia de São Paulo informações sobre os antecedentes criminais de 33 advogados que teriam algum tipo de ligação com membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo informou o sub-relator da CPI, deputado Raul Jungmann.

A lista, juntamente com uma relação de visitas feitas por alguns advogados aos presos, foi entregue anteontem por Jungmann à presidência nacional da OAB.


O deputado disse também que na próxima terça-feira os parlamentares que atuam na CPI vão decidir se solicitam à Justiça a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal de todos os advogados ou de pelo menos parte deles.


De acordo com o levantamento, alguns defensores visitam detentos com os quais não têm relação contratual. "Por que ir ver o cliente e depois sair conversando com outros presos?", questiona o deputado.


A seccional São Paulo da Ordem vai instaurar procedimento no tribunal de ética da entidade para investigar a relação dos advogados com os integrantes do PCC.


Segundo o presidente da OAB/SP, Luiz Flávio Borges D'Urso, caso seja considerado culpado o advogado pode ser punido com censura ou até mesmo expulsão da ordem. O processo na OAB deve durar cerca de seis meses.


Já o presidente do conselho da Acrimesp (Associação dos Advogados Criminalistas de São Paulo), Ademar Gomes, disse repudiar a divulgação da lista com a identificação dos advogados suspeitos. "Não se pode divulgar nomes de profissionais pelo simples fato de advogarem para pessoas envolvidas no crime." Gomes declarou ser favorável à investigação, mas defende que os nomes só devem ser divulgados caso seja comprovado o envolvimento do profissional com o crime.


A reportagem conversou com uma advogada que pediu para não ter seu nome divulgado. Ela fez mais de cem visitas de janeiro a maio deste ano a diversos presos ligados ao PCC.


Segundo o levantamento, a profissional visitou Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, no mês de janeiro na penitenciária de Avaré, mesmo sem ser sua advogada. De acordo com ela, a visita foi feita a pedido da mulher do preso, que queria saber se ele estava bem.


Questionada se tem alguma relação com o PCC, a advogada respondeu: "Nem sei o que é isso. Não faço parte do crime, converso com meus clientes apenas sobre seus processos".


Marco Antônio Arantes de Paiva, que segundo o levantamento fez 89 visitas a presos, também negou relação com a facção criminosa. "Tenho 136 clientes. Não posso falar com eles pelo telefone, tenho que ir até os presídios", afirmou ele, que disse ter justificativa legal para todas as visitas aos presídios. Ele não quis comentar se defende membros do PCC "por questão de ética profissional".
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