Durante interrogatório realizado nesta terça-feira, 10, no STF, o general da reserva Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro, demonstrou impaciência com seu próprio defensor ao ser questionado sobre reunião ocorrida em 14 de dezembro de 2022, citada na denúncia que o acusa de envolvimento em tentativa de golpe de Estado após as eleições.
Ao ouvir o início da pergunta — “Consta da denúncia, que essa reunião do dia 14 de dezembro, o senhor foi, ela foi realizada...” — o general interrompeu, em tom ríspido: “Vai me perguntar sobre a reunião, cara?”.
O advogado insistiu, tentando conduzir a pergunta: “Isso, para o senhor esclarecer... acerca dessa, dita pelo Brigadeiro Batista Júnior, GLO, ilegítima, se o senhor externou em algum momento essa posição do senhor, deixou claro?”.
Visivelmente contrariado, Paulo Sérgio respondeu: “Andrew, eu já respondi tudo isso ao nobre presidente Alexandre de Moraes. Certo. Ok?”
Paulo Sérgio Nogueira é um dos réus no inquérito que apura articulações golpistas promovidas por integrantes do núcleo político-militar do governo anterior, incluindo reuniões sobre a edição de um decreto de GLO, Garantia da Lei e da Ordem, com o objetivo de reverter o resultado das eleições de 2022.