No STF, nesta terça-feira, 21, durante o julgamento do Núcleo 4 da tentativa de golpe de Estado, ministro Luiz Fux, afirmou que é inspirado, diariamente, pela trajetória familiar, e, por isso, defende o regime democrático.
"A minha árvore genealógica, ela me alimenta, dia após dia, de defender a democracia, porque meus ancestrais sofreram na pele o que é não haver um Estado democrático", declarou.
A manifestação ocorreu ao votar pela absolvição do coronel Reginaldo Vieira de Abreu, acusado de tentar interferir no relatório das Forças Armadas para favorecer uma ruptura institucional.
Confira:
Fux reconheceu que o comportamento do militar foi "absolutamente reprovável", mas concluiu que não houve participação no início da execução dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito ou de golpe de Estado.
"Aqui, ninguém defende nada contra a democracia", afirmou o ministro, ao sublinhar que a fidelidade às instituições republicanas é um valor que o acompanha desde a formação pessoal e profissional.
Para Fux, o compromisso com o Estado de Direito é herança de uma história familiar marcada pelo sofrimento em períodos autoritários.
Ancestralidade
Em 2005, Fux compartilhou, em palestra na UERJ, a história familiar que, segundo S. Exa., moldou sua visão sobre justiça e liberdade.
O ministro é descendente de exilados da perseguição nazista, com origem judaica. Os avós de Fux migraram para o Brasil e, após três anos de separação forçada, conseguiram reunir-se em território brasileiro.
"A minha família é de exilados de guerra, da perseguição nazista. Tenho origem judaica. Meu avô e a minha avó se reencontraram no Brasil, após três anos separados. A minha avó conseguiu vir primeiro, exilada, depois é que veio o meu avô. Chegando aqui, meu avô exerceu uma função bastante humilde. Ele vendia roupas para pessoas de classe baixa, nas populações mais carentes."