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Planejamento estratégico no jurídico: Como transformar metas em direção

Planejar é escolher o que vale o esforço.

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Atualizado em 12 de novembro de 2025 15:20

Fim de ano costuma ser tempo de planilhas, metas e gráficos coloridos.

Mas, no ambiente jurídico, planejar vai muito além de prever resultados: é decidir o que merece energia e o que já não faz sentido sustentar.

O verdadeiro planejamento estratégico não começa com números, começa com propósito.

Durante muito tempo, os departamentos e escritórios jurídicos confundiram planejamento com volume.

A lógica era a de fazer mais, atender mais, produzir mais.

Mas o excesso de metas sem sentido é o que mais distancia as equipes daquilo que realmente importa.

Planejar, hoje, significa escolher o que tem valor institucional, não o que preenche relatórios.

Significa definir onde o jurídico quer chegar como área de impacto, e não apenas como centro de custo.

O desafio contemporâneo é alinhar o plano àquilo que gera transformação: para o cliente, para o time e para o sistema de Justiça.

Não se trata apenas de buscar eficiência, mas de garantir coerência entre o que se entrega e o que se acredita.

Um plano estratégico maduro precisa responder a perguntas simples e difíceis:

O que estamos sustentando que já perdeu relevância?

O que estamos evitando fazer, mesmo sabendo que faria diferença?

E, principalmente: qual é o resultado que queremos gerar para além dos números?

No jurídico, planejar também é um ato de coragem.

É decidir deixar de reagir para começar a antecipar.

É sair do fluxo das urgências e assumir o papel de parceiro do negócio, do cliente e da sociedade.

Significa reconhecer que o tempo do Direito não precisa ser o tempo da improvisação.

Um plano coerente não aprisiona, orienta.

Ele é o mapa que permite que a equipe aja com autonomia, porque sabe onde quer chegar.

Metas importam, claro. Mas o que as torna relevantes é a direção que elas apontam.

Metas sem sentido exaurem; direção compartilhada mobiliza.

O bom planejamento é aquele que inspira o time a pensar além da tarefa e enxergar o impacto que cada ação tem sobre o todo.

É o que faz o jurídico evoluir de executor para agente de transformação institucional.

No fim, planejar é um exercício de lucidez: olhar o que passou, entender o que permanece e decidir o que merece recomeçar.

É um convite à maturidade, individual e coletiva.

Porque planejar, no fundo, é isso: escolher o que vale o esforço e ter coragem de sustentar o que tem propósito.

Viviane Ferreira

Viviane Ferreira

Sócia - Diretora jurídica de Excelência e experiência do cliente do Parada Advogados. Mestranda no IDP-Brasília.

Thais Alves de Araújo

Thais Alves de Araújo

Responsável pela área de Preventivo do escritório Parada, formada pela UERJ e pós-graduada em Direito do Consumidor pela UCAM, com atuação voltada à prevenção e ao combate da litigância predatória. Especialista em relações de consumo e direito bancário, com foco na eficiência operacional, excelência na experiência do cliente e fortalecimento da governança corporativa.

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