OAB x MP

20/2/2008
Roberto Rodrigues Alves – Brasília/DF

"Alta Direção Migalheira. Cá do planalto central estupefatos, atônitos e pasmados acompanhamos, de migalhas em migalhas, o bolo do MP paulista crescendo, desmedidamente, quiçá vai se queimar ou passar do ponto e daí - mais um para fritar - na lista 'negra' lançada pelo battonier D’Urso, não tarda (Migalhas 1.840 - 19/2/08 - "Persona non grata" - clique aqui). Afinal desinteligências entre OAB e MP, até Magistratura sempre haverá. Todavia tratadas e solucionadas com respeito, altivez e elevado senso profissional.Agora não dá para aceitar, passivamente, a infeliz e grosseira afirmação do, até então, ilustre membro da Parquet Paulista – Dr. Rodrigo Pinho - impingindo à nossa Instituição opróbrio tão repugnante. Basta uma só página da história da Ordem dos Advogados do Brasil, por exemplo a de Brasília, quando da tentativa de invasão da sede pelo Comandante Militar do Planalto (gal. Newton Cruz 'o NINI') que se pode avaliar quão heróica nossa resistência para impedir qualquer arranhão ou agressão ao estado de direito e liberdades democráticas sustentadas pelos advogados brasileiros. Só este fato dimensiona a visão superior e estamentária das OABs  que certamente não se enquadram nas ofensas do MP Paulista. Esse episódio foi, é e será sempre verdade eloqüente para desmentir o Dr. Pinho sobre o infeliz e torpe impropério de 'fascista' lançado gratuitamente aos advogados. Com certeza seu autor - Dr. Pinho - conhece a origem semântica do vocábulo. Coincidentemente de 'madeira' tal qual seu apelido 'pinho'. 'Fascio' ou 'feixe de varas' foi apropriado da magistratura romana por Mussolini (esse sim fascista de carteirinha) como emblema, símbolo, de seu período imperialista, anti-liberal, antidemocrático, mais cruento da Itália.  Como dito o símbolo do feixe de varas usado pelos fascistas, teve origem nos antigos oficiais romanos (lictores ou litor) os quais acompanhavam os magistrados com um molho de varas e uma machadinha para as execuções da justiça. Só esperamos que não sejam usadas machadinhas nos próximos embates. Por fim em nome da independência, harmonia, respeito e boa paz, entre os poderes, preconizados por Montesquieu, encarecemos aos beligerantes encerrarem a perlenga, o Dr. Flavio hiberna e o Dr. Rodrigo dedilha um pinho e 'tollitur quaestio'. Recebam meus profundos parabéns pela condução equilibrada, desassombrada e profundamente ética dos redatores migalheiros na condução de tema tão 'araucário' e 'polar'. 

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