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Migalhas da História - Especial Independência

Antecedentes da Independência: 1808, a Família Real chega ao Brasil

Foi com a chegada de Dom João VI em terras brasileiras que, pela primeira vez, um monarca europeu pisou em uma de suas colônias.

Da Redação

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Atualizado em 6 de setembro de 2022 08:25

No ensejo das comemorações do bicentenário da independência brasileira, vale recordar os momentos anteriores e posteriores ao glorioso (ou não) 7 de setembro. Com efeito, é preciso entender as causas e os efeitos da declaração de independência. 

Nesse sentido, a partir de hoje, vamos ver alguns fatos históricos que marcaram esse período. Comecemos pelo dia em que a Família Real aportou em solo pátrio. 

Portugal abandonado, 54 dias de viagem, abertura comercial, novos edifícios públicos, Banco do Brasil e Rio de Janeiro como Capital foram alguns dos fatos que marcaram a permanência da Família Real em território brasileiro. 

 (Imagem: Arte Migalhas)

(Imagem: Arte Migalhas)


Entenda a história

Nos primeiros anos do século XIX, parte considerável da Europa estava sob domínio do francês Napoleão Bonaparte. De fato, a campanha expansionista de Napoleão levou a França a dominar territórios desde o que é hoje a Polônia até Portugal. 

Um dos obstáculos à consolidação do império francês em toda a Europa era a Inglaterra, que, por seu poder econômico e naval, não conseguiria ser facilmente conquistada pelo líder militar.

Assim, em 1806, visando enfraquecer o governo britânico, Napoleão assinou um decreto em Berlim. Conhecido como "Bloqueio Continental", o decreto proibia todos os portos da Europa continental, os quais se encontravam comandados pelos franceses, de fazerem comércio com os ingleses. Aliado histórico da coroa britânica, Portugal se viu impotente e vulnerável. 

 (Imagem: Reprodução)

Um inglês e Napoleão Bonaparte separados por um muro, representando o bloqueio continental. Caricatura inglesa de 1809. (Imagem: Reprodução)

Neste cenário adverso, a ideia de transferência da Corte portuguesa ao Brasil, que era cogitada havia décadas e nunca foi um consenso entre os nobres, precisou se dar às pressas.

A mudança trouxe às terras brasileiras, além da Família Real, milhares de pessoas como: ministros, conselheiros, juízes, funcionários do Tesouro, patentes do Exército e da Marinha e membros do alto Clero.

Em resumo, a mudança da Corte para a maior colônia portuguesa ocorreu, de maneira tumultuada, porque Portugal, pequenino torrão da península ibérica, viu-se ameaçado.

A decisão conservaria a Coroa portuguesa, uma vez que a Família Real considerava ser mais viável comandar o império a partir de uma colônia distante da ameaça napoleônica.  


Capital da Corte

22 de janeiro de 1808 é o dia do desembarque da Família Real portuguesa no Brasil. Era a primeira vez que um monarca europeu pisava em uma de suas colônias.

O desembarque ocorreu em Salvador, local em que a Corte permaneceu por pouco mais de 30 dias. Apesar do pouco tempo, foi na Bahia que Dom João VI fez um dos atos de maior relevância: a abertura dos Portos para as Nações Amigas.

A medida permitia que qualquer país comercializasse com o Brasil. A decisão, sem dúvida, fez nascer o Brasil como nação. 

Era 26 de fevereiro quando a Família Real deixou a baía de Todos os Santos e partiu para o Rio de Janeiro, local em que se estabilizou e que foi tornado a Capital do reino de Portugal. 

Na época, a Corte encontrou um Brasil engatinhando, que vivia na dependência da metrópole. 

A "cidade maravilhosa", considerada suja, insalubre e sem condições de receber uma Corte europeia, foi incialmente "maquiada". Esgotos que corriam a céu aberto foram tapados com flores e folhas que serviriam para aromatizar o ambiente.

 (Imagem: João Baptista Debret)

Rio de Janeiro (Imagem: João Baptista Debret)

As melhorias eram precárias e não definitivas. Dom João VI verificou que a colônia precisava de muitos avanços: estradas, escolas, edificações, instituições, entre outros.

O cenário calamitoso foi suficiente para o então príncipe regente concluir que o país precisava de um governo. E, em tempo recorde, quarenta em oito horas depois de desembarcar no Rio de Janeiro, o monarca organizou seu novo gabinete. O primeiro ministério do Brasil tinha a missão de criar um país a partir do zero. 

Anos se passaram e, neste período, diversas mudanças ocorreram no país: novos edifícios públicos, Jardim Botânico, Real Fábrica de Pólvora, Banco do Brasil, Real Academia Militar, emissão de papel moeda, permissão de desenvolvimento de uma imprensa escrita e circulação de produtos ingleses que dinamizaram a economia do país.  

A presença da Família Real alterou toda a estrutura administrativa de todo o país, o que provocou o fim do sistema colonial e criou as condições para que o Brasil passasse a sonhar, um dia, com a independência. 

 (Imagem: Arte Migalhas)

(Imagem: Arte Migalhas)

Referências: Rádio Senado 


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