CCJ do Senado aprova projeto de regulamentação da reforma tributária
Texto segue com regime de urgência para análise nesta quinta-feira; principais alterações incluem benefícios fiscais e mudanças em alíquotas.
Da Redação
quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Atualizado em 13 de dezembro de 2024 11:32
A CCJ do Senado aprovou, nesta quarta-feira, 11, o principal projeto de regulamentação da reforma tributária. A proposta, que detalha as regras para os novos tributos sobre o consumo, será analisada pelo Plenário nesta quinta-feira, 12.
O texto, relatado pelo senador Eduardo Braga, regulamenta os três impostos criados pela reforma tributária promulgada em 2023: a CBS - Contribuição sobre Bens e Serviços, de competência Federal; o IBS - Imposto sobre Bens e Serviços, gerido por estados e municípios; e o IS - Imposto Seletivo, que visa desestimular o consumo de itens prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.
A reforma prevê a unificação de cinco tributos atuais - ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, ISS - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados, PIS - Programa de Integração Social e Cofins - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - em um período de transição de 2026 a 2033.
- Entre as novidades aprovadas na CCJ, destacam-se:
- Inclusão da erva-mate na cesta básica com alíquota zero;
- Redução de 60% nos tributos sobre biscoitos;
- Exclusão de armas e munições do IS;
- Isenção de tributos para carnes;
- Benefícios fiscais para água mineral e medicamentos;
- Implementação de cashback para tributos pagos por famílias de baixa renda, como forma de devolução direta.
O projeto também cria mecanismos para evitar o aumento da carga tributária e estabelece descontos em operações imobiliárias, além de uma alíquota reduzida para serviços como academias e veterinária.
Após sua aprovação na CCJ, o texto sofreu ajustes em pontos destacados pelas bancadas, como a redução da alíquota para serviços de saneamento e a exclusão das bebidas açucaradas do IS.
Para o advogado Marcel Alcades, sócio da prática de Tributário do Mattos Filho, a reforma representa um progresso, mas o possível aumento tributário preocupa. "O sistema tributário atual é tão complexo, que mesmo ainda não tendo a reforma ideal, a mudança será um avanço, principalmente por conta da ideia de unificar os tributos e harmonizar a legislação. A simplificação é positiva, mas minha maior preocupação é o aumento da carga tributária. Embora se fale, e até conste no projeto que a carga tributária total não pode aumentar, a análise setor a setor mostra que há setores que passarão a ser mais tributados".
Se aprovado pelo Plenário do Senado, o projeto retornará à Câmara dos Deputados para nova análise, considerando as mudanças introduzidas pelos senadores.
A votação no Senado acontece em regime de urgência, consolidando a tramitação de um texto construído após meses de negociação com diversos setores.
Com informações da Agência Senado.