PF ouve dono do Master, ex-presidente do BRB e diretor do BC
Depoimentos buscam esclarecer negativa do Banco Central à venda da instituição.
Da Redação
terça-feira, 30 de dezembro de 2025
Atualizado às 07:59
A Polícia Federal colhe, hoje, 30, a partir das 14h, os depoimentos de envolvidos no processo que resultou na negativa do Banco Central à venda do Banco Master ao BRB - Banco de Brasília.
Serão ouvidos o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos. A apuração tem como foco as condições e os fundamentos que embasaram a decisão do órgão regulador do sistema financeiro.
A PF busca esclarecer os motivos que levaram o Banco Central a rejeitar a operação. Conforme o andamento das oitivas, a corporação avaliará a eventual necessidade de realização de acareação entre os envolvidos.
Ministro Dias Toffoli, relator das apurações no STF, havia determinado para hoje a realização de uma acareação. De acordo com a imprensa, Toffoli teria recuado e deixado a decisão a critério da Polícia Federal.
Relembre
Em novembro, Vorcaro e outros investigados foram alvo da Operação Compliance Zero, deflagrada pela PF para apurar a concessão de créditos falsos pelo Banco Master, incluindo a tentativa de compra da instituição financeira pelo BRB.
De acordo com as investigações, as fraudes podem chegar a R$ 17 bilhões.
Além de Vorcaro, são investigados os ex-diretores Luiz Antonio Bull, Alberto Feliz de Oliveira e Angelo Antonio Ribeiro da Silva, além de Augusto Ferreira Lima, ex-sócio do banco.
No início deste mês, Toffoli definiu que a investigação sobre o Banco Master deve tramitar no STF, e não mais na Justiça Federal em Brasília/DF. A mudança ocorreu após a citação do deputado federal João Carlos Bacelar nas apurações, já que parlamentares têm foro privilegiado na Corte.
O BRB informou que vai contratar auditoria externa para apurar os fatos e possíveis falhas de governança ou dos controles internos.
Elevação do sigilo no STF
Toffoli ainda determinou a elevação do grau de sigilo. O processo, que tramitava em segredo de Justiça, passou a ser classificado como sigiloso, nível máximo de restrição previsto pelo tribunal.





