Gramatigalhas

Éi – Ói – Éu ou Ei – Oi - Eu?

Éi – Ói – Éu ou Ei – Oi - Eu? O professor José Maria da Costa esclarece.

9/11/2011

A leitora Selma Monteiro Santos envia a seguinte mensagem ao Gramatigalhas:

"Qual a extensão das mudanças na ortografia, para efeito de acentuação, no que tange aos encontros vocálicos: éi – ói – éu ou ei – oi - eu?"

1) É muito comum, ante as recentes modificações em nossa ortografia, indagar-se qual a extensão das mudanças, quanto à acentuação, no que tange aos encontros vocálicos: éi - ói - éu ou ei - oi - eu. 

2) Antes das mudanças em nossa ortografia, a regra era acentuar os ditongos abertos éi - ói - éu sempre que se apresentassem com o som aberto. 

3) Não importava se as palavras eram monossílabas (como réis, dói e véu), ou oxítonas (como papéis, herói e troféu), ou paroxítonas (como platéia, herói e jarandéua), ou, ainda, proparoxítonas (como alcalóidico); tais ditongos abertos eram sempre acentuados. 

4) Pois bem. O Acordo Ortográfico de 2008 manteve o acento referido nas demais situações, mas o aboliu nos vocábulos paroxítonos. Observe-se, assim, como ficam doravante as seguintes palavras paroxítonas: teteia, jarandeua, jiboia, heroico, assembleia, ideia, alcaloide. 

5) Permanecem, no entanto, como exceções à regra, as paroxítonas terminadas em ditongo (esferóideo, tireóideo, xifóideo) ou em r (destróier, Méier). Nesses casos, se fosse excluído o acento gráfico, haveria mudança de posição da sílaba tônica. 

6) Abolido que foi o acento apenas nas paroxítonas, continuam acentuadas as demais já referidas, como se pode conferir: réis, dói e véu (monossílabas), papéis, herói e troféu (oxítonas), alcalóidico (proparoxítona).

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Colunista

José Maria da Costa é graduado em Direito, Letras e Pedagogia. Primeiro colocado no concurso de ingresso da Magistratura paulista. Advogado. Mestre e Doutor em Direito pela PUC/SP. Ex-Professor de Língua Latina, de Português do Curso Anglo-Latino de São Paulo, de Linguagem Forense na Escola Paulista de Magistratura, de Direito Civil na Universidade de Ribeirão Preto e na ESA da OAB/SP. Membro da Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas. Sócio-fundador do escritório Abrahão Issa Neto e José Maria da Costa Sociedade de Advogados.