Gramatigalhas

Vulto – É sempre gente morta?

Vulto – É sempre gente morta? O Professor esclarece a questão.

11/4/2018

A leitora Fernanda P. da Silva envia a seguinte mensagem ao Gramatigalhas:

"Foi publicado há pouco o livro 'Vultos da República', que contém os 'melhores perfis políticos da revista Piauí'. Seria, pois, oportuno que o autor de Gramatigalhas esclarecesse o uso do verbete 'vulto'. Para muitos, o que me parece equivocado, este substantivo só pode ser usado quando se trata de pessoas mortas, como 'os grandes vultos de nossa história'. E agora dr. José?"

1) Uma leitora, ao ver publicado um livro com o título "Vultos da República", indaga se a palavra vulto se aplica apenas a pessoas mortas, ou pode ser empregada com relação aos vivos.

2) Uma simples busca aos dicionários revela que vulto pode ter o significado de pessoa notável (HOUAISS, 2001, p. 2.884) ou de pessoa importante (FERREIRA, 2010, p. 2.176).

3) Com isso se pode concluir que, se, por um lado, pelo próprio tempo pelo qual se desenrolou a extensa história da humanidade, o maior número de pessoas notáveis ou importantes se condensa no passado, não menos certo, por outro lado, é que também entre os vivos da atualidade se encontram pessoas com essas características e que podem, assim, receber tal tratamento.

4) Por isso, em resposta direta à indagação da leitora, pode-se dizer que vultos são pessoas notáveis ou importantes, não sendo de relevo se, na atualidade, estão mortas, ou ainda não. Ex.: "Dentre os vultos de nossa história, encontramos integrantes de todas as faixas sociais, profissões ou ocupações: Einstein, Jesus, Júlio César, Lutero, Madre Teresa, Martin Luther King, Sabin, Papa Francisco, Pelé...".

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Colunista

José Maria da Costa é graduado em Direito, Letras e Pedagogia. Primeiro colocado no concurso de ingresso da Magistratura paulista. Advogado. Mestre e Doutor em Direito pela PUC/SP. Ex-Professor de Língua Latina, de Português do Curso Anglo-Latino de São Paulo, de Linguagem Forense na Escola Paulista de Magistratura, de Direito Civil na Universidade de Ribeirão Preto e na ESA da OAB/SP. Membro da Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas. Sócio-fundador do escritório Abrahão Issa Neto e José Maria da Costa Sociedade de Advogados.