No entanto, em nossa experiência em lidar especificamente com este mercado, apontaríamos outras demandas que estão no auge neste ano conturbado, que, em razão da crise econômica, levaram as empresas e escritórios a planejar melhor as contratações.
E, como em toda época de baixo crescimento econômico, a demanda por advogados especializados nas áreas Trabalhista e Sindicalista tende a crescer.
O PIB do Brasil no primeiro trimestre de 2012 apresentou um crescimento de apenas 0,2% entre janeiro e março, muito pouco se comparado ao primeiro trimestre de 2011. Foi um crescimento fraco que aponta um processo de desaceleração da economia em 2012, que leva consequentemente a redução em contratações na área de capitais e uma maior contratação nas áreas que auxiliam as empresas nas demissões e nos processos sindicais.
Os principais fatores que causaram esse fraco crescimento do PIB nesse primeiro trimestre foram sabidamente: A crise econômica na Europa, a crise no consumo interno pelo endividamento das famílias, o aumento das importações maior que o das exportações e o clima que prejudicou o setor agropecuário. O setor de serviços também teve um fraco crescimento de 0,6%, o que não ajuda a contratação dos próprios escritórios de advocacia como prestadores de serviços, o que acarretou em uma redução na contratação de advogados em comprado ao ano de 2011.
Podemos citar também um fator que ajudou essa queda não ser maior, e acabou por contribuir para a procura de outros tipos de profissionais no mercado jurídico: O setor industrial, movido pelo aumento das receitas das industriais, apresentou um crescimento de 1,7%, o que gerou uma procura maior nos perfis trabalhistas, empresariais em geral (gerentes jurídicos, analistas jurídicos), civil e o sempre apoiador tributário.
Com o objetivo de acelerar o crescimento do PIB em 2012, o governo brasileiro vem adotando algumas medidas como, por exemplo, diminuição da taxa de juros e a redução de impostos, sendo que esse último acaba por levar escritórios e empresas a contratarar os profissionais dos tributos.
As áreas Societária, Imobiliária e de Infraestrutura tiveram uma pequena desaceleração de contratações de pessoal de alto escalão e, ainda, a estagnação de profissionais medianos. Os escritórios buscam agora, devido a não demanda momentânea dessas áreas, formar novos profissionais através de programas de estagio e trainee para o futuro crescimento novamente nesse mercado, no ano de 2013, ou seja, mais uma vez nota-se o planejamento e preocupação nessas áreas que um pouco congeladas agora, mas que com certeza voltarão com tudo após a melhoria da situação mundial.
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* Andreza Marafon é gerente da consultoria especializada em recrutamento e seleção jurídica e fiscal da Santivo
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