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Maturidade digital na gestão jurídica: em que momento a IA faz sentido?

A IA já é realidade na área jurídica, mas sua adoção eficaz exige maturidade digital, dados organizados e objetivos claros para gerar valor real.

23/5/2025

A inteligência artificial não é mais uma promessa para o futuro, mas uma realidade presente que está cada vez mais integrada à rotina jurídica. Ferramentas que automatizam a análise de contratos, sistemas que gerenciam riscos e tecnologias que auxiliam na tomada de decisões com base em dados são apenas alguns exemplos de como a IA tem ganhado espaço no setor.

Com a tecnologia já disponível e acessível, a grande questão para os gestores jurídicos não é mais “se” devem adotar IA, mas “quando” e “como” integrá-la de maneira eficiente aos seus processos.

Muitas iniciativas falham não por causa da tecnologia, mas porque são implementadas em ambientes desorganizados, com processos frágeis, dados dispersos e falta de clareza sobre os objetivos. Sem uma base acurada e contínua de dados, a IA pode facilmente se tornar mais um problema, em vez de uma solução estratégica. Antes de incorporar soluções tecnológicas, é essencial que o departamento jurídico e sociedade de advocacia atinjam um grau de maturidade digital. Sem essa conscientização da importância dessa transformação, para que sua estrutura operacional esteja alinhada com o propósito tecnológico, a utilização da IA poderia gerar um viés não positivo na sua organização e segurança de dados.

Para saber se a IA faz sentido para o seu departamento jurídico ou escritório, é importante avaliar a preparação da sua estrutura em três frentes essenciais:

  1. Governança de dados: Você tem fácil acesso a informações bem organizadas sobre contratos, processos e atividades jurídicas? A qualidade e organização dos dados são fundamentais para o sucesso de qualquer solução de IA. Sem dados estruturados e confiáveis, a IA perde seu potencial.

  2. Eficiência operacional: Existem gargalos repetitivos que poderiam ser automatizados? A IA é uma ferramenta excelente para otimizar tarefas repetitivas e aumentar a produtividade da equipe. Identificar esses processos pode ser o primeiro passo para uma implementação bem-sucedida.

  3. Clareza estratégica: O jurídico tem metas claras e indicadores de desempenho (KPIs) bem definidos? A adoção de IA deve ser orientada por objetivos estratégicos e acompanhada por métricas que permitam avaliar seu impacto.

Se a resposta for "sim" para pelo menos dois desses pontos, a IA pode, de fato, trazer benefícios para o seu departamento jurídico. Contudo, a chave para uma implementação bem-sucedida está em adotar a tecnologia de maneira planejada, em pequena escala e com monitoramento contínuo.

Lilian Barajas
Consultora ForeLegal.

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