Você passou boa parte da vida contribuindo para o INSS com valores mais baixos e, agora, decidiu aumentar suas contribuições.
Mas bate aquela dúvida: “Isso vai melhorar meu benefício? Ou os anos com valores menores vão puxar tudo para baixo?”
Se você se faz essa pergunta, fique tranquilo!
Este artigo foi feito exatamente para esclarecer essa questão, que é muito mais comum (e mais complexa) do que parece.
Aqui, você vai entender como o cálculo da aposentadoria funciona, como as contribuições passadas e presentes influenciam no valor final e, principalmente, se é possível corrigir esse cenário para garantir uma aposentadoria mais justa e vantajosa.
Leia aqui:
- Como funciona o cálculo da aposentadoria?;
- Valores baixos no passado: Isso prejudica a aposentadoria?;
- O aumento das contribuições agora melhora meu benefício?;
- Como evitar que contribuições baixas abaixem o valor do benefício?;
- Estratégias legais para aumentar o valor da sua aposentadoria;
- O que acontece no seu caso específico? Faça um planejamento previdenciário!;
- Como um advogado previdenciarista pode te ajudar?.
Entenda como funciona aqui!
1. Como funciona o cálculo da aposentadoria?
O cálculo da aposentadoria no Brasil leva em conta a média dos salários de contribuição durante quase toda a vida laboral do segurado.
Regras gerais do cálculo:
- Períodos até julho de 1994: Não entram na média (exceto na hipótese da revisão da vida toda, que está restrita);
- Períodos de julho de 1994 em diante: Todos os salários de contribuição entram na conta;
- Desde a Reforma da Previdência (EC 103/19), a regra passou a considerar 100% das contribuições a partir de julho de 1994, sem descartar os 20% menores, como acontecia antes.
Isso significa que aquelas contribuições pequenas feitas por muitos anos vão entrar na conta e podem puxar a média para baixo.
Importante:
- A média salarial obtida é multiplicada por um fator, que varia conforme o tipo de aposentadoria, tempo de contribuição e idade.
2. Valores baixos no passado: Isso prejudica a aposentadoria?
Sim, pode prejudicar e muito!
O motivo é simples: se você passou boa parte da vida contribuindo com o mínimo ou valores baixos, isso impacta diretamente a média salarial, que é a base do cálculo da sua aposentadoria.
Cenário prático:
- Se alguém ficou 20 anos contribuindo com um salário mínimo e, nos últimos 5 ou 10 anos, começou a contribuir com valores maiores (R$ 3.000, R$ 4.000, R$ 6.000, por exemplo), o INSS vai somar todos os salários, fazer uma média e ela será muito menor do que os últimos salários altos.
Ou seja, os salários baixos “puxam” a média para baixo.
Por que antes isso era menos problemático?
Porque, até antes da reforma, descartavam-se os 20% menores salários de contribuição, o que dava um alívio para quem teve longos períodos de contribuição com valores baixos.
Desde a Reforma da Previdência de 2019, essa regra mudou, agora, a média inclui 100% dos salários após julho de 1994, o que pode sim prejudicar quem teve longos períodos de baixa contribuição.
3. O aumento das contribuições agora melhora meu benefício?
Depende.
Se você aumentar suas contribuições por poucos anos, o impacto será pequeno, pois a média leva em conta todos os salários desde 1994.
Por outro lado, se você contribuir com valores altos por um período razoável (5, 10, 15 anos), é possível elevar significativamente essa média.
Regra prática:
Quanto mais tempo você contribuir com salários maiores, maior será o peso desses valores no cálculo da média e, consequentemente, no valor da aposentadoria.
Porém, isso não vai “apagar” os períodos de contribuição baixa, a menos que sejam tomadas medidas específicas e legais para isso, como veremos mais adiante.
4. Como evitar que contribuições baixas abaixem o valor do benefício?
Se você tem anos de contribuição com valores muito baixos, existem algumas estratégias legais que podem te ajudar a evitar prejuízos na aposentadoria.
Possibilidades:
- Planejamento previdenciário: Simule diferentes cenários e veja qual regra te favorece mais;
- Aumentar as contribuições por tempo suficiente: Se você contribuir com valores altos por 8 a 10 anos, consegue melhorar bastante sua média;
- Excluir períodos de baixa remuneração via regra de descarte: Existe, na legislação, a possibilidade de excluir salários de contribuição que não são necessários para atingir o tempo mínimo. Isso é chamado de “regra do descarte”, criada na reforma e pouco conhecida;
- Completar lacunas de tempo: Se você tem períodos sem contribuição, pode fazer indenização retroativa, o que ajuda a melhorar a média se esses períodos tiverem salários maiores ou ajudarem a acessar uma regra de transição mais vantajosa;
- Analisar se a revisão da vida toda é viável: Se você tinha salários altos antes de julho de 1994, pode ser interessante discutir a revisão da vida toda, embora ela esteja restrita e dependa de decisão judicial.
5. Estratégias legais para aumentar o valor da sua aposentadoria
O que você pode fazer, na prática?
- Fazer um diagnóstico completo da sua vida previdenciária;
- Verificar se é possível descartar períodos de baixa contribuição (regra do descarte);
- Simular aposentadorias em diferentes regras:
- Verificar se vale a pena pagar contribuições em atraso;
- Avaliar se é possível buscar um regime de previdência complementar, especialmente para profissionais autônomos ou empresários.
Atenção: Cada decisão tem impacto financeiro e jurídico, por isso, jamais tome essa decisão sem um planejamento previdenciário profissional.
6. O que acontece no seu caso específico? Faça um planejamento previdenciário!
Se você está nessa situação teve anos de contribuição com valores baixos e agora deseja melhorar sua aposentadoria a única forma segura de resolver isso é por meio de um planejamento previdenciário personalizado.
Um bom planejamento vai responder:
- Qual regra é mais vantajosa no seu caso?
- Quanto tempo ainda precisa contribuir para melhorar seu benefício?
- Qual o valor estimado da sua aposentadoria em diferentes cenários?
- Vale a pena pagar contribuições retroativas?
- Como evitar prejuízos causados pelos salários baixos?
Muitas vezes, é possível economizar anos de contribuição desnecessária ou até antecipar a aposentadoria.
7. Como um advogado previdenciarista pode te ajudar?
O sistema previdenciário brasileiro é extremamente complexo.
As regras mudaram muito após a reforma da previdência de 2019, e milhares de brasileiros acabam se aposentando com valores muito abaixo do que poderiam receber.
O advogado previdenciarista:
- Analisa todo o seu histórico contributivo;
- Identifica períodos problemáticos ou vantajosos;
- Faz simulações oficiais e seguras;
- Aponta a estratégia que garante o maior valor de benefício possível;
- Atua diretamente contra o INSS, quando necessário, seja via recurso administrativo ou ação judicial.
Se você contribuiu durante anos com valores baixos e agora quer aumentar suas contribuições, sim, isso impacta sua aposentadoria.
Porém, o impacto pode ser positivo ou negativo dependendo da sua estratégia!
A chave é não esperar chegar na hora de pedir o benefício para descobrir o valor.
Antecipar essa análise faz toda a diferença e pode significar milhares de reais a mais na sua aposentadoria, todo mês, pelo resto da sua vida.