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Erros comuns em Business Plans para imigração: Como evitá-los

Grande parte das negativas de vistos que dependem de Business Plans ocorre por falhas no próprio plano. E muitas vezes, essas falhas são evitáveis.

7/7/2025

O Business Plan é peça-chave em diversos tipos de vistos americanos, como o EB-2 NIW, EB-5, L-1 e até em alguns casos de O-1. Ele serve como instrumento de prova da viabilidade econômica e da contribuição que o imigrante oferecerá aos Estados Unidos.

Mas há um dado alarmante: grande parte das negativas de vistos que dependem de Business Plans ocorre por falhas no próprio plano. E muitas vezes, essas falhas são evitáveis.

A seguir, destacamos os principais erros cometidos e como evitá-los:

1. Uso de modelos genéricos copiados da internet

O USCIS (Serviço de Imigração dos EUA) é treinado para identificar planos padronizados e superficiais. Copiar um modelo pronto, apenas trocando o nome e o setor, compromete seriamente a credibilidade do projeto.

2. Falta de alinhamento com os critérios do visto

Cada visto possui exigências próprias. Um plano que serve para o EB-5, por exemplo, não necessariamente atende os critérios do EB-2 NIW. Muitos são reprovados por não conectar o conteúdo do plano com os requisitos específicos da legislação imigratória.

3. Dados fictícios ou irreais

Projeções de faturamento excessivamente otimistas, promessas vagas ou metas inalcançáveis soam como tentativa de manipulação. O plano deve ser ambicioso, sim — mas sempre dentro de uma lógica de viabilidade comprovável.

4. Falta de cronograma e geração de empregos (EB-5 e L-1)

Muitos planos esquecem de apresentar um timeline claro e a previsão objetiva da criação dos empregos exigidos. Isso é um erro gravíssimo, especialmente em pedidos de visto EB-5.

5. Linguagem imprecisa ou excesso de informalidade

Um Business Plan para imigração não é propaganda de empresa. É um documento jurídico e técnico. A linguagem deve ser clara, objetiva e profissional, com estrutura lógica e argumentos bem fundamentados.

6. Inexistência de comprovação da fonte de recursos (EB-5)

O USCIS exige que o investimento tenha origem lícita comprovada. Planos que ignoram esse ponto ou não o acompanham de documentação robusta tendem a ser reprovados.

7. Ausência de impacto nacional (EB-2 NIW)

Um erro recorrente no EB-2 NIW é não demonstrar como a atuação do estrangeiro vai beneficiar os EUA de forma nacional, e não apenas local ou individual.

8. Falta de contextualização da carreira (Professional Plan)

O plano deve mostrar que há coerência entre o que o profissional fez no passado e o que pretende fazer nos EUA. Saltos narrativos ou ausência de lógica na trajetória geram desconfiança.

9. Traduções mal feitas ou ausência de versão em inglês

O plano deve estar totalmente em inglês e redigido com correção linguística. Traduções automáticas ou termos técnicos mal aplicados enfraquecem o plano perante o agente consular.

10. Plano feito por quem não entende imigração

Não basta ser um bom redator ou economista. É preciso entender a lógica da USCIS, as exigências de cada visto e a jurisprudência administrativa americana. Business Plans feitos por pessoas sem esse domínio técnico têm altíssimo índice de recusa.

Conclusão

Elaborar um Business Plan para imigração é uma tarefa estratégica e técnica. O documento deve unir elementos jurídicos, econômicos e narrativos.

Para garantir a segurança do processo, o ideal é contar com especialistas que conheçam as normas imigratórias, tenham experiência prática e saibam como estruturar o plano sob medida para o perfil do candidato.

Afinal, em muitos casos, o que separa o sonho americano da frustração é justamente a qualidade do seu Business Plan.

Ricardo Fernandes
Professor, Escritor, Pesquisador, Palestrante, Policial Miltiar da Reserva. É Advogado Especialista em Concurso Público, Direito da PCD, Direito Internacional. Direito Processual Civil, Administrativo

Thomaz Gouveia Leite Fernandes
Estagiário Horizon Hi Scholl - OCPS

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