Migalhas Quentes

"Diálogo ampliado"

Lula propõe a taxação do comércio internacional de armas

2/6/2003

 

Lula propõe a taxação do comércio internacional de armas

 

O presidente Lula fez ontem, em Evian, na França, uma dura crítica ao protecionismo comercial dos ricos, ao discursar na reunião ampliada da cúpula do G-8 (os sete países mais ricos do mundo, a Rússia e 12 países convidados). Escolhidas meticulosamente, as palavras de Lula foram um claro recado ao anfitrião do encontro, o presidente Jacques Chirac, e ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, além de porem em dúvida a imparcialidade da Organização Mundial do Comércio (OMC).

 

"A incorporação dos países em desenvolvimento à economia global passa necessariamente pelo acesso sem discriminações aos mercados dos países ricos. Fizemos um enorme esforço e sacrifício para conquistar competitividade. Mas como competir livremente em meio à guerra de subsídios e outros mecanismos de proteção, que criam uma verdadeira exclusão social?", disse.

 

Em um trecho mais adiante, Lula cobrou "coerência" dos parceiros mais ricos e sugeriu que a OMC está atrelada aos interesses desses países. "Vejo com preocupação as resistências na OMC para remover subsídios bilionários, principalmente à agricultura. Questões prioritárias - como a do acesso a medicamentos - são proteladas. Essas atitudes não são construtivas e só aumentam o ceticismo em relação às boas intenções e à sabedoria dos mais prósperos."

 

O presidente ainda propôs a taxação do comércio internacional de armas como uma de duas formas de financiar "um fundo mundial capaz de dar comida a quem tem fome e, ao mesmo tempo, de criar condições para acabar com as causas estruturais da fome".

 

A proposta do governante brasileiro será submetida, hoje, à reunião do G8, o clube dos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia, que se realiza na cidadezinha francesa de Evian, conforme anunciou o anfitrião, o presidente francês, Jacques Chirac.

 

O presidente brasileiro mencionou também, como fonte para financiar o fundo contra a fome, "mecanismos para estimular que os países ricos reinvistam nesse fundo percentagem dos juros pagos pelos países devedores".


Chirac, apesar de ter elogiado o discurso de Lula, que classificou de "forte e convincente", desviou o debate, talvez porque a França é grande exportadora de armas.

 

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