Nesta quinta-feira, 13 de novembro de 2025, este poderoso rotativo celebra 25 anos de existência. Criado no limiar do século XXI, o site acompanhou transformações políticas, sociais e tecnológicas profundas, no Brasil e no mundo. Ao longo desse período, a trajetória do Migalhas se confunde com a própria história de um tempo marcado por intensas mudanças globais.
A seguir, um panorama dos principais acontecimentos que marcaram cada quinquênio desde o ano 2000.
2000 — A virada do século e o nascimento do Migalhas
O ano 2000 começou sob a expectativa do “bug do milênio”, temor de que sistemas de computadores fossem paralisados pela transição do calendário para o novo século. O problema acabou tendo impacto limitado, e o mundo entrou no século XXI com o avanço da internet e da globalização econômica.
No Brasil, Fernando Henrique Cardoso estava em seu segundo mandato. Em 13 de novembro de 2000, data de criação do Migalhas, as manchetes dos principais jornais refletiam a conjuntura política e econômica da época.
O Globo destacava investigações sobre doações de campanha de FHC.
O Estado de S. Paulo informava que o FMI havia anunciado apoio à Argentina, em meio a temores de colapso financeiro.
A Folha de S. Paulo noticiava denúncias sobre o “esquema EJ”, supostamente usado para financiar a reeleição presidencial.
O país vivia um período de estabilidade monetária após o Plano Real, mas enfrentava pressões fiscais e questionamentos éticos no cenário político.
2005 — Crise política e mudanças no poder
Cinco anos depois, o Brasil atravessava uma de suas maiores crises políticas. O escândalo do Mensalão, revelado em 2005, abalou o governo Luiz Inácio Lula da Silva e levou à queda do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. A deputada Dilma Rousseff assumiu o cargo, iniciando uma trajetória que culminaria na presidência cinco anos depois.
No exterior, o ano foi marcado pela morte do Papa João Paulo II, encerrando um pontificado de 26 anos, e pela eleição do cardeal Joseph Ratzinger como Bento XVI.
Nos Estados Unidos, George W. Bush tomou posse para o segundo mandato.
No Brasil, um episódio policial chamou a atenção do mundo: o assalto ao Banco Central de Fortaleza, em que uma quadrilha levou cerca de R$ 164 milhões, um dos maiores roubos da história.
2010 — A primeira mulher presidente e tragédias internacionais
Em 2010, o Brasil elegeu Dilma Rousseff como primeira mulher presidente da República, sucedendo Lula após oito anos de governo. A eleição consolidou o protagonismo do Partido dos Trabalhadores no cenário político da década.
No mesmo ano, um terremoto no Haiti deixou mais de 200 mil mortos e destruiu parte da capital, Porto Príncipe, provocando uma crise humanitária.
No Rio de Janeiro, confrontos entre forças de segurança e facções criminosas evidenciaram a escalada da violência urbana, culminando na ocupação do Complexo do Alemão. O episódio poderia facilmente compor uma manchete de 2025, já que o Estado volta a enfrentar, hoje, operações policiais de grande porte e uma dinâmica de conflito semelhante.
A economia mundial ainda se recuperava da crise financeira de 2008, enquanto novas potências emergiam e a internet ganhava papel central na comunicação global.
2015 — Tragédia ambiental e acordos internacionais
O ano de 2015 foi marcado por tragédias, avanços diplomáticos e desdobramentos da Operação Lava Jato. O rompimento da barragem da Samarco, em Mariana/MG, provocou o maior desastre ambiental da história do Brasil, com dezenas de mortes e destruição de comunidades e ecossistemas ao longo do rio Doce.
No âmbito político e jurídico, a operação Lava Jato, deflagrada em 2014, assumiu papel central nas manchetes e no debate nacional pelos cinco anos subsequentes.
Internacionalmente, o encontro entre Barack Obama e Raúl Castro simbolizou a reaproximação entre Estados Unidos e Cuba, após décadas de rompimento diplomático.
Ainda em 2015, a COP21, em Paris, resultou no Acordo de Paris, que estabeleceu o compromisso global de limitar o aquecimento da Terra a 1,5ºC.
2020 — A pandemia e a crise global
O ano de 2020 foi dominado pela pandemia de covid-19, que causou milhões de mortes no mundo e levou ao colapso de sistemas de saúde. No Brasil, o avanço do vírus provocou adiamento das eleições municipais e uma grave crise econômica e social.
No plano internacional, o Reino Unido formalizou sua saída da União Europeia, concluindo o processo do Brexit.
No Brasil, a política também viveu momentos de tensão: o ex-ministro da Justiça Sergio Moro deixou o governo Jair Bolsonaro, alegando interferência política na Polícia Federal.
Entre as tragédias que comoveram o país, o caso do menino Miguel, que morreu ao cair de um prédio no Recife enquanto a mãe, empregada doméstica, passeava com o cachorro da patroa, gerou intenso debate sobre desigualdade e racismo estrutural.
2025 — Julgamentos históricos e reconfiguração política
O ano de 2025 ainda não terminou, mas já entrou para a história. O STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado, em um julgamento considerado marco institucional na defesa da democracia.
No cenário internacional, Donald Trump tomou posse novamente como presidente dos Estados Unidos, após vencer as eleições de 2024. Em seus primeiros meses de governo, anunciou um “tarifaço” contra diversos países, incluindo o Brasil, reacendendo tensões comerciais globais.
Ao longo de 25 anos, Migalhas acompanhou transformações profundas no Judiciário, na política e na sociedade brasileira. O site tornou-se referência em informação jurídica, cobrindo decisões dos Tribunais Superiores, mudanças legislativas e temas de interesse público.
De um boletim eletrônico nascido na virada do milênio, este poderoso rotativo se consolidou como uma das principais fontes de informação sobre o universo jurídico no país — testemunha de um quarto de século de história.