A seccional OAB/RJ - Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Rio de Janeiro acaba de lançar uma cartilha sobre violência contra a mulher no ambiente digital. Intitulado "Erro 404: Violência Não Encontrada", o documento constitui um guia prático que ajuda a identificar, compreender e a combater a violência digital de gênero. A iniciativa é da comissão de Combate à Violência contra a Mulher da OAB/RJ.
A cartilha explica o que é violência no ambiente digital, ensina a identificar os tipos de agressão, aborda formas de combate, mecanismos e ferramentas úteis, indica a quem recorrer e dá dicas sobre o que fazer, caso a pessoa seja vítima. O material também trata da necessidade da proteção das meninas em várias áreas da internet, como sites, aplicativos e jogos.
Entre os tipos mais comuns de violência de gênero no ambiente virtual estão o compartilhamento de conteúdo íntimo sem consentimento, pornografia de vingança, stalking, invasão de dispositivos, deepfakes, sextorsão, estupro virtual e assédio sexual e moral em redes sociais e aplicativos.
“A violência contra a mulher é uma triste realidade da nossa sociedade, e ela se faz presente em todos os ambientes, seja em casa, no trabalho e também na internet. Essa cartilha traz informações muito úteis sobre diversos tipos de agressões sofridas pelas mulheres. A informação é uma ferramenta fundamental no combate a situações de violência”, comentou Ana Tereza Basilio, presidente da OAB/RJ.
Um dos maiores desafios é identificar a violência de gênero no ambiente digital, já que muitas vezes ela começa de forma branda, disfarçada de "brincadeira", "ciúme" ou "cuidado". Perceber os sinais de alerta, buscar apoio, conhecer as leis e responsabilizar quem comete abusos é essencial para que mulheres possam se proteger e interromper situações de violência.
"A violência contra a mulher no ambiente digital é tão grave quanto a violência física ou outro tipo de violência, pois os danos emocionais são profundos. A internet ainda é um espaço pouco seguro para mulheres, e abusos podem acontecer com qualquer uma, independentemente de classe social, escolaridade, cor ou idade. Por isso, é importante todas estarem atentas. A cartilha é mais do que uma fonte de conhecimento, que acreditamos ser a maior arma contra a violência de gênero. É também uma maneira de acolher as mulheres para fortalecê-las", disse Marilha Boldt, presidente da comissão de Combate à Violência contra a Mulher da OAB/RJ.
Seis sinais de alerta
1. Sentir-se vigiada o tempo todo, porque alguém monitora sua vida nas redes sociais, pergunta com quem você fala, onde está, ou comenta tudo o que você posta;
2. Receber constantemente mensagens ofensivas, invasivas ou constrangedoras, o que faz você se sentir mal, desconfortável ou com medo;
3. Ter suas fotos ou informações pessoais divulgadas sem permissão, mesmo que "só para amigos" ou "sem querer". Se não foi consentido, é violência;
4. Ser pressionada a compartilhar senhas ou a mostrar conversas. Isso não é prova de amor, é controle;
5. Deixar de postar ou de interagir nas redes por medo de ser atacada. Se sua liberdade digital está sendo reduzida, é sinal de que algo está errado;
6. Sentir vergonha, culpa ou confusão ante situações de violência. Muitas vítimas demoram a perceber abusos porque se sentem culpadas. Mas a culpa nunca é da vítima. Se algo a assusta ou limita, fique atenta.
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