MIGALHAS QUENTES

  1. Home >
  2. Quentes >
  3. CCJ aprova PEC que define segurança climática como direito fundamental
Meio ambiente

CCJ aprova PEC que define segurança climática como direito fundamental

Autor da proposta frisou os perigos de não levar a questão climática a sério, comprometendo por exemplo, a produção agrícola e a utilização de água da população.

Da Redação

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Atualizado às 08:42

A CCJ da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 18, por 26 votos a 10, a admissibilidade da PEC 37/21, que inclui entre os direitos e garantias fundamentais, ao lado do direito à vida, à liberdade e à igualdade, o direito à segurança climática. A proposta será agora analisada por uma comissão especial.

Na prática, o texto obriga o Estado brasileiro a adotar medidas para que brasileiros e estrangeiros residentes no país não sejam impactados por alterações no clima, como o aumento da temperatura atmosférica, alterações no ciclo das chuvas, elevação do nível do mar, secas prolongadas, entre outros.

A PEC também altera a CF/88 para definir a segurança climática como princípio da ordem econômica, que já é norteada pela soberania nacional, pela livre concorrência e pela redução de desigualdades regionais, entre outros princípios.

 (Imagem: FreePik)

CCJ aprova PEC que define segurança climática como direito fundamental.(Imagem: FreePik)

O autor da proposta, deputado Rodrigo Agostinho, reiterou sobre o assunto, visto que "não existe mais incerteza científica sobre as mudanças climáticas. O último relatório do painel intergovernamental de mudanças climáticas foi muito claro: nós estamos com 400 partes por milhão de gás carbônico na nossa atmosfera, fruto de ações antrópicas [do homem]. (.) Não teremos agricultura no Brasil se a nossa questão climática não for levada a sério, assim como não teremos água nas cidades brasileiras. Se a questão climática não for levada a sério, nosso maior patrimônio, que é a nossa biodiversidade, também irá se perder".

Relatora da PEC, a deputada Joenia Wapichana, apresentou parecer pela admissibilidade da proposta. Segundo a parlamentar, "no 6º relatório de avaliação do IPCC - Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, fica evidente que as mudanças induzidas pelo ser humano estão causando perturbações perigosas e generalizadas na natureza, afetando a vida de bilhões de pessoas em todo o mundo, apesar dos esforços que têm sido feitos para reduzir os danos ambientais. (...) O que nós queremos é a responsabilidade do Estado brasileiro com ações concretas. Esse compromisso não se encerra hoje, mas é um começo, é um passo rumo ao avanço do povo brasileiro. O Brasil agora tem uma notícia positiva para levar para a COP 26, lá no Egito, no Cairo: o Estado brasileiro está preocupado sim com as mudanças climáticas e existe responsabilidades sim neste Parlamento", defendeu a relatora durante a reunião.

A deputada Bia Kicis, a única que encaminhou contra a admissibilidade da PEC, defendeu políticas de apoio ao meio ambiente, mas se manifestou contra a inclusão da segurança climática como princípio constitucional.

"Sem demagogia, o Brasil pode sozinho garantir a segurança climática, quando o próprio instituto que trata das questões relacionadas ao meio ambiente diz que a questão climática é, por si só, insegura, que ela é sujeita a várias questões e que é preciso uma tomada de ações globais em conjunto?"

Informações: Câmara dos Deputados.

Patrocínio

Patrocínio Migalhas