Nos três mandatos, Lula indicou dez ministros ao STF; saiba quais
Com a aposentadoria de Barroso, presidente fará a 11ª indicação à mais alta Corte do país.
Da Redação
segunda-feira, 13 de outubro de 2025
Atualizado em 14 de outubro de 2025 08:05
Com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso, anunciada no último dia 9, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará sua 11ª indicação ao STF.
A saída de Barroso abre nova vaga na Corte, cuja escolha do sucessor cabe ao chefe do Executivo.
Ao longo de seus três mandatos, Lula já foi responsável por dez nomeações para o Supremo.
Confira a seguir quem foram os ministros indicados por Lula e em que contextos assumiram as vagas no STF.
1º mandato de Lula - 2003 a 2006

Cezar Peluso
O desembargador Antonio Cezar Peluso, do TJ/SP, foi nomeado para o STF por decreto de 6/6/03, para a vaga deixada pela aposentadoria do ministro Sydney Sanches.
Tomou posse em 25/6/03 e, em 2010, foi eleito presidente da Corte, exercendo o mandato até 2012.
Durante a gestão, priorizou a celeridade processual e liderou a elaboração da PEC dos recursos e da resolução 125/10 do CNJ, que instituiu a Política Nacional de Conciliação e Mediação.
Aposentou-se em 31/8/12, após quase uma década de atuação.

Ayres Britto
O sergipano Carlos Augusto Ayres de Freitas Britto foi nomeado por Lula em 6/6/03 para substituir o ministro Ilmar Galvão. Tomou posse no dia 25 do mesmo mês.
Antes de se tornar ministro, Ayres Britto foi advogado, professor universitário e atuou em cargos públicos em Sergipe, como consultor-geral do Estado e procurador-geral de Justiça.
O ministro foi relator da ADPF 130, que declarou a inconstitucionalidade da lei de imprensa (2009)
Eleito presidente do STF em 14/4/12, tomou posse em 19 de abril, propondo um "pacto pró-Constituição" entre os Poderes.
Aposentou-se compulsoriamente em 17/11/12, aos 70 anos.

Joaquim Barbosa
O mineiro Joaquim Benedito Barbosa Gomes foi nomeado ministro do STF por decreto de 6/6/03, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para ocupar a vaga deixada pelo ministro Moreira Alves.
Tomou posse em 25 de junho do mesmo ano, tornando-se o primeiro negro a integrar o STF em toda a história da Corte.
Barbosa foi procurador da República, consultor jurídico do Itamaraty e chefe da assessoria jurídica do ministério da Saúde.
Relator da AP 470, conduziu o julgamento do mensalão, que resultou em condenações históricas e projetou sua figura nacionalmente.
Assumiu a presidência do STF e do CNJ em 22/11/12, sucedendo Ayres Britto, e defendeu maior transparência e celeridade no Judiciário.
O ministro se aposentou em 31/7/14, aos 59 anos, por motivos de saúde.

Eros Grau
O ministro Eros Roberto Grau foi nomeado por decreto de 17/6/04, para a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Maurício Corrêa.
Tomou posse em 30/6/04 e relatou o julgamento da ADPF 153, que discutiu a validade da lei da anistia (lei 6.683/79), proposta pela OAB para revisar o perdão concedido a agentes do Estado acusados de crimes de tortura durante o regime militar.
Prevaleceu o voto do ministro, que rejeitou o pedido, sustentando que a anistia foi fruto de um pacto político legítimo, firmado no processo de transição democrática.
Aposentou-se em 2/8/10, aos 70 anos. Após a aposentadoria, retornou à advocacia e ao magistério.

Cármen Lúcia
A mineira Cármen Lúcia Antunes Rocha foi nomeada por decreto de 26/5/06, para substituir o ministro Nelson Jobim.
Tomou posse em 21/6/06, tornando-se a segunda mulher da história do STF.
Antes de chegar ao Supremo, Cármen Lúcia foi procuradora do Estado de Minas Gerais, integrou o Ministério Público mineiro e assessorou órgãos da administração estadual.
Eleita presidente da Corte em 12/9/16, foi também presidente do CNJ no biênio 2016-2018.
Permanece em exercício no STF, sendo uma das ministras mais longevas da atual composição.

Ricardo Lewandowski
O jurista Enrique Ricardo Lewandowski foi nomeado por decreto de 17/2/06, para a vaga do ministro Carlos Velloso.
Tomou posse no em 16/3/06 e exerceu a presidência do STF entre 2014 e 2016, conduzindo o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Antes de ser nomeado para o Supremo, Ricardo Lewandowski construiu carreira na magistratura, sendo desembargador do TJ/SP, onde exerceu a vice-presidência. Também atuou como advogado e consultor jurídico.
Aposentou-se em 11/4/23 e, em 2024, assumiu o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública.
2º mandato de Lula - 2007 a 2010

Menezes Direito
O ministro Carlos Alberto Menezes Direito foi nomeado em 29/8/07, para ocupar a vaga do ministro Sepúlveda Pertence.
Ex-ministro do STJ e desembargador do TJ/RJ, no STF participou de julgamentos de grande repercussão, como a ADIn 3.510, sobre células-tronco embrionárias, e a Pet 3.388, sobre a Raposa Serra do Sol, em que suas 19 condicionantes foram incorporadas ao acórdão.
Faleceu em 1/9/09, no Rio de Janeiro, aos 66 anos, enquanto ainda integrava o Supremo, após período de afastamento médico.

Dias Toffoli
O ministro José Antonio Dias Toffoli foi nomeado em 2/10/09 para ocupar a vaga aberta com o falecimento do ministro Carlos Alberto Menezes Direito.
À época com 41 anos, tornou-se um dos mais jovens ministros da história recente do STF.
Antes da nomeação, foi advogado-geral da União e subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil durante o governo Lula.
Assumiu o cargo em 23/10/09 e presidiu o Supremo entre 2018 e 2020, período marcado pela consolidação do Plenário Virtual e pela atuação de mediação institucional durante a pandemia.
Permanece em exercício na Corte.
3º mandato de Lula - 2023 a 2026

Cristiano Zanin
O advogado Cristiano Zanin Martins foi nomeado ministro do STF em 5/7/23, por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski. Tomou posse em 3/8/23.
Antes da nomeação, ganhou destaque na advocacia privada, especialmente pela atuação na defesa do próprio presidente Lula em processos da Operação Lava Jato.

Flávio Dino
O ex-governador do Maranhão e então ministro da Justiça, Flávio Dino de Castro e Costa, foi nomeado em 31/1/24 para ocupar a vaga deixada pela ministra Rosa Weber, que se aposentou.
Tomou posse em 22/2/24, tornando-se o 10º ministro indicado por Lula ao Supremo.
Com trajetória que atravessa os três Poderes da República, Dino foi juiz Federal, deputado, governador do Maranhão, senador e ministro da Justiça, experiência que o credenciou como uma das figuras públicas de maior projeção na política e no meio jurídico nacional.
Confira um resumo da trajetória no STF dos ministros indicados por Lula:






