1. Introdução
A formação de preços de serviços no setor de logística – especialmente no nicho regulado de armazéns gerais com emissão de certificados de depósito e Warrants – exige critérios técnico-financeiros rigorosos. Trata-se de um serviço híbrido, com obrigações civis, fiscais e comerciais específicas, previstas no decreto Federal 1.102/1903, que impõem ao gestor a elaboração de um portfólio de serviços compatível com sua estrutura e sua região de atuação.
2. Critérios fundamentais na formação de preço
A composição de preços parte do princípio da formação do custo total do serviço acrescido da margem de contribuição desejada. Para isso, é necessário considerar:
- Custos diretos: Mão de obra operacional, energia, manutenção, vigilância, seguro, embalagens, etc.
- Custos indiretos: Salários administrativos, softwares (WMS), telefonia, serviços terceirizados.
- Encargos legais: INSS patronal, FGTS, férias, 13º salário, provisões de rescisão.
- Tributação: PIS/Cofins, ISS, IRPJ/CSLL e benefícios fiscais regionais.
3. Cálculo da depreciação
Equipamentos como empilhadeiras, balanças, esteiras e sistemas devem ser depreciados. As formas clássicas incluem:
- Depreciação linear:
Depreciação anual = (valor de aquisição - valor residual) / vida útil
Depreciação acelerada: Aplicada em casos de uso intensivo.
4. Rateio proporcional da administração central
Para armazéns com múltiplas unidades, aplica-se o rateio proporcional dos custos administrativos com base em indicadores como:
- Volume de notas processadas;
- Pallets/m² movimentados;
- Horas de operação.
Fórmula:
Custo rateado unidade A = total administração × (indicador unidade A / soma de indicadores)
5. Índice de ociosidade
A capacidade instalada e o grau de ocupação impactam diretamente no preço:
- Alta ociosidade eleva o custo unitário do serviço.
- Meta ideal: Ocupação superior a 80%.
6. Margem de contribuição e precificação
A margem de contribuição deve considerar o posicionamento estratégico:
Preço de venda = custo total / (1 - margem desejada)
7. Análise SWOT aplicada à precificação
A análise SWOT auxilia na formulação de estratégias de precificação:
- Forças: Localização, certificações;
- Fraquezas: Tecnologia obsoleta;
- Oportunidades: Incentivos, novos clientes;
- Ameaças: Concorrência, reformas legais.
8. Pesquisas de mercado e benchmarking regional
A análise de mercado ajuda a posicionar os preços:
- Análise de concorrência direta e indireta;
- Condições logísticas locais;
- Perfil dos clientes por setor e região.
9. Considerações finais
A definição de preços para serviços de armazéns gerais com emissão de Warrant exige diagnósticos operacionais e contábeis, uso de custeio por absorção ou ABC e definição de políticas comerciais progressivas. Esses fatores asseguram competitividade e sustentabilidade em um setor regulado e sensível ao ambiente econômico.