Você sabia que existe prazo para entrar com uma ação contra o banco?
Muitas pessoas acabam perdendo o direito de reaver valores cobrados indevidamente ou pedir indenização por danos morais e materiais simplesmente por não saberem que há um tempo limite para reclamar na Justiça.
Neste artigo, vamos explicar qual é o prazo para processar um banco, como ele varia conforme o tipo de problema, o que fazer se esse prazo estiver se esgotando, e quando ainda é possível buscar os seus direitos mesmo após muito tempo.
Você irá ler aqui:
- Quando é possível entrar com ação contra o banco?
- Qual é o prazo para entrar com ação contra o banco?
- Casos mais comuns e seus prazos legais
- Diferença entre prescrição e decadência
- É possível entrar com ação fora do prazo?
- O que fazer para não perder o prazo
- Como um advogado especialista pode ajudar
Entenda mais dos seus direitos, aqui!
Quando é possível entrar com ação contra o banco?
Você pode ingressar com uma ação judicial contra o banco sempre que houver alguma violação de seus direitos como consumidor, tais como:
- Cobranças indevidas ou abusivas;
- Juros excessivos ou cláusulas ilegais em contratos;
- Golpes envolvendo fraude bancária com falha de segurança;
- Empréstimos não contratados ou não autorizados (como no caso de consignados);
- Negativação indevida do nome;
- Venda casada (ex: seguro forçado para liberar crédito);
- Negativa de fornecimento de documentos contratuais;
- Má prestação de serviço ou ausência de resposta a reclamações.
No entanto, esses casos não podem ser levados à Justiça a qualquer momento.
O prazo varia conforme a natureza da infração.
Qual é o prazo para entrar com ação contra o banco?
De maneira geral, o prazo para entrar com ação judicial contra um banco é de até 5 anos, conforme determina o art. 27 do CDC:
“Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo da data do conhecimento do dano e de sua autoria.”
Ou seja: você tem 5 anos a partir da ciência do problema (ou do prejuízo sofrido) para processar o banco.
Mas atenção: em certos casos, o prazo pode ser menor ou maior, dependendo da origem da ação (civil, contratual, trabalhista, etc.).
Casos mais comuns e seus prazos legais
1. Cobrança indevida (empréstimo, tarifa ou seguro não autorizado)
- Prazo: 5 anos a partir da data da cobrança;
- Base legal: Art. 27 do CDC e súmula 477 do STJ.
2. Danos morais por falha na prestação do serviço
- Prazo: 3 ou 5 anos, a depender da origem do dano e da jurisprudência local;
- Exemplo: Inclusão indevida no SPC, negativa de crédito injusta.
3. Revisão de contrato bancário
- Prazo: 10 anos (caso o fundamento seja relação contratual regida pelo Código Civil);
- Exemplo: Financiamento com juros abusivos, cláusula anatocista.
4. Golpes e fraudes bancárias
- Prazo: 3 a 5 anos após a ciência do prejuízo;
- Obs.: Em caso de falha de segurança ou omissão do banco, pode haver responsabilização objetiva.
5. Negativa de fornecimento de documentos (como contrato assinado)
- Prazo: 5 anos;
- Fundamento: Direito de acesso à informação garantido pelo CDC.
6. Venda casada (seguro obrigatório para liberar crédito)
- Prazo: 5 anos a contar da contratação;
- Exemplo: Banco só libera o financiamento se o cliente contratar seguro de vida.
Diferença entre prescrição e decadência
Embora muita gente use os termos como sinônimos, há uma diferença importante:
- Prescrição: Refere-se ao prazo para entrar com ação judicial;
- Decadência: Refere-se ao prazo para exercer um direito dentro de um procedimento administrativo (ex: cancelamento de contrato, solicitação de devolução, etc.).
Nos casos contra bancos, geralmente estamos falando de prescrição.
Mas se houver algum prazo contratual estabelecido para contestar cláusulas, ele pode ser considerado decadencial.
É possível entrar com ação fora do prazo?
Na maioria das vezes, não é possível entrar com a ação após o prazo legal, pois o direito estará prescrito.
No entanto, há exceções, como:
- Prazo interrompido ou suspenso por ações administrativas ou negociações;
- Erro essencial ou dolo do banco, que impediu o consumidor de descobrir o problema;
- Início da contagem a partir do conhecimento efetivo do dano, e não da ocorrência.
Por isso, mesmo que o problema tenha ocorrido há mais de 5 anos, vale consultar um advogado. Pode haver margem para contestação judicial dependendo das particularidades do caso.
O que fazer para não perder o prazo
1. Guarde todos os documentos
Comprovantes de pagamento, extratos bancários, contratos e conversas com o banco podem ser essenciais para comprovar o momento exato do dano.
2. Evite acordos mal explicados
Muitas vezes, os bancos oferecem “acordos” que na prática não resolvem o problema e ainda dificultam a prova posterior.
Cuidado!
3. Registre protocolos e reclamações
A formalização da sua queixa junto à ouvidoria, Procon ou Banco Central pode ajudar a interromper a prescrição e fortalecer sua posição.
4. Procure um advogado assim que identificar o problema
Quanto antes você buscar orientação jurídica, maiores são as chances de conseguir resolver o problema sem prejuízo de prazo.