Migalhas de Peso

Como a advocacia preventiva protege médicos de riscos e processos

Entenda como a advocacia preventiva no Direito Médico pode evitar ações judiciais, proteger a imagem do profissional e garantir segurança jurídica ao exercício da medicina.

29/10/2025

A medicina sempre valorizou a prevenção como estratégia de cuidado. Tratar antes que a doença se instale é não apenas mais eficaz, como também mais seguro e menos oneroso.

Essa lógica, aplicada ao campo jurídico, ganha corpo na advocacia preventiva, especialmente no contexto do Direito Médico. Trata-se de um campo ainda subestimado, mas essencial para garantir segurança ao exercício profissional da medicina em tempos de judicialização da saúde e intensa exposição digital.

É comum que o médico só procure um advogado quando já está envolvido em um processo ético no Conselho Regional de Medicina, numa ação civil por suposta falha técnica, ou mesmo em inquérito criminal por lesão ou homicídio culposo.

Essa busca tardia costuma ocorrer quando os danos - à reputação, ao emocional e ao patrimônio - já estão em curso. O custo da defesa é, invariavelmente, mais alto do que o da prevenção.

A advocacia preventiva oferece ao profissional da saúde algo que o contencioso raramente consegue: controle. A presença de um advogado especializado desde o início da atividade médica contribui para a elaboração criteriosa dos documentos utilizados no atendimento, como contratos de prestação de serviços e termos de consentimento.

Também permite a análise rotineira de protocolos clínicos e operacionais, a resposta técnica a reclamações de pacientes e a orientação quanto à publicidade médica, evitando infrações éticas que, muitas vezes, ocorrem sem má-fé, mas por desconhecimento.

A assessoria jurídica adequada atua como uma extensão estratégica da gestão do consultório ou da clínica, zelando pela conformidade legal das rotinas e oferecendo respostas rápidas em contextos de crise. Com o avanço da telemedicina, as fronteiras entre atendimento presencial e remoto se diluíram, o que ampliou os desafios jurídicos e exigiu novas formas de proteção.

Além disso, o uso intensivo das redes sociais pelos profissionais da saúde gerou conflitos com as normas do Código de Ética Médica, muitas vezes negligenciadas.

O risco jurídico, no entanto, não é uma hipótese remota. O médico está sujeito a diversas formas de responsabilização, e sua conduta pode ser questionada sob diferentes prismas: civil, penal e administrativo. Em todas essas esferas, o acompanhamento jurídico prévio é decisivo.

A diferença entre uma conduta bem documentada e uma situação mal gerida pode ser o que define o rumo de um processo e o desfecho da carreira de um profissional.

Nesse cenário, o advogado especializado em Direito Médico não é apenas um defensor. Ele é também orientador, educador e escudo.

Ele conhece os direitos e deveres que regem a atividade médica, acompanha as transformações legais e éticas do setor da saúde e está preparado para proteger o médico, a clínica e, por consequência, os pacientes. A advocacia preventiva, portanto, é um investimento em tranquilidade, em longevidade profissional e em qualidade no exercício da medicina.

Mais do que evitar processos, essa atuação fortalece a relação médico-paciente, aumenta a segurança das decisões clínicas e reforça a credibilidade da prática profissional.

Assim como um exame de rotina pode salvar uma vida, a advocacia preventiva pode salvar uma carreira.

Quer proteger sua atuação médica com segurança jurídica? Entre em contato com um especialista em Direito Médico e inicie sua assessoria preventiva agora mesmo.

Luciana de Araújo Chaves Guimarães Pimentel
Advogada em Direito Médico e da Saúde. Vice-Pres da Com de Dir Médico e da Saúde da OAB/PE, Vice-Pres da Com de Dir Penal Médico da ABRACRIM/PE. Membro Consultora da Com de Dir Médico da OAB Nacional

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Artigos Mais Lidos

Abertura de empresas e a assinatura do contador: Blindagem ou burocracia?

3/12/2025

Como tornar o ambiente digital mais seguro para crianças?

3/12/2025

Recuperações judiciais em alta em 2025: Quando o mercado nos lembra que agir cedo é um ato de sabedoria

3/12/2025

Seguros de danos, responsabilidade civil e o papel das cooperativas no Brasil

3/12/2025

ADPF do aborto - O poder de legislar é exclusivamente do Congresso Nacional

2/12/2025