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AGU pode participar de fase de instrução em processo administrativo disciplinar

Para a 3ª seção do STJ, não há impedimento da atuação da AGU em fase de instrução de PAD que apura atos de auditor fiscal da Receita Federal, uma vez que não é o órgão público que determina pena disciplinar do servidor, função exclusiva do Ministro da Fazenda.

9/9/2013

Para a 3ª seção do STJ, não há impedimento da atuação da AGU em fase de instrução de PAD que apura atos de auditor fiscal da Receita Federal, uma vez que não é o órgão público que determina pena disciplinar do servidor, função exclusiva do Ministro da Fazenda.

A decisão, unânime, foi tomada em MS impetrado por ex-auditor fiscal, lotado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, que tentava reverter a pena de demissão, resultante de PAD instaurado após prisão em flagrante por facilitação de entrada irregular de mercadoria estrangeira no território nacional.

Entre as várias teses presentes no pedido – vício no processo disciplinar, cerceamento de defesa, excesso de prazo na conclusão do feito, violação ao princípio da impessoalidade, ausência de intimação e uso de provas emprestadas de juízo criminal –, o auditor alegou que a interferência da AGU na fase da instrução seria indevida, pois o órgão teria participado, no término do procedimento, do julgamento do feito. Liminarmente, solicitava a reintegração do cargo e, no mérito, que tanto o PAD quanto a portaria de demissão fossem declarados nulos.

Ao analisar a ação, o ministro Jorge Mussi, relator, esclareceu que o servidor investigado era auditor da Receita Federal, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, sendo o ministro da pasta o juiz natural do PAD, não o advogado-Geral da União. Segundo ele, a função da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, na esfera administrativa, é de assessoramento e orientação ao ministro, para dar segurança jurídica aos atos por ele praticados. O parecer é, portanto, informativo.

Segundo o ministro, a AGU fora convocada apenas para solicitar os documentos da AP que tramita na JF contra o investigado, pois os fatos se relacionam com aqueles apurados no inquérito administrativo. "Outra não poderia ter sido a atitude da comissão processante, uma vez que ela, ou seus membros, não possuem poder postulatório, pressuposto processual para estar em juízo", esclareceu Mussi.

PAD regular

Durante a análise do processo, o ministro Jorge Mussi descartou as teses de vício no PAD. Quanto aos alegados cerceamento de defesa e ausência de intimação dos advogados nos atos praticados, o ministro destacou que, de acordo com a vasta documentação juntada, nenhum deles pôde ser percebido.

Ao analisar a violação ao princípio da impessoalidade pelo uso do termo "em desfavor" pela comissão responsável nas comunicações enviadas à PF e à Inspetoria da Alfândega no Aeroporto Internacional de Guarulhos, o ministro ressaltou que o uso da palavra foi justificado pela comissão por uma adequação com a terminologia já utilizada pela PF. Para o ministro, "não se observa ter a comissão processante utilizado o termo ‘em desfavor’ de forma discriminatória".

Confira a decisão na íntegra.

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