O ministro Nefi Cordeiro participou de seu último julgamento na 6ª turma do STJ. O magistrado antecipou o pedido de aposentadoria e encerra os trabalhos nesta semana, após quase sete anos de atuação na corte. Ao se despedir Nefi disse que sai com o coração partido pela despedida, mas com uma fé inquebrantável na Justiça brasileira.
"Eu saio triste, porque amo ser juiz, mas saio feliz pela fé que mantenho em Vossas Excelências, que são exemplos de juízes. Aprendi com todos, admiro todos.”
Nefi Cordeiro recebeu homenagem dos companheiros de turma, representados pelo presidente do colegiado, Antonio Saldanha Palheiro, e também do Ministério Público da União e das Defensorias Públicas estaduais.
Saldanha disse ter ficado surpreso com o pedido de aposentadoria do companheiro a princípio, mas que quando a surpresa se assentou veio a tristeza do significado por aquilo que o ministro Nefi Cordeiro representa no colegiado.
"Nefi é um magistrado que efetivamente faz a diferença na Sexta Turma. É um homem sereno, leve, agradável no trato. É um homem de competência técnico-profissional destacada, profundidade na análise, muita firmeza e lastro nas convicções. Ele é uma referência nacional como julgador.”
A subprocuradora-geral da República Raque Dodge destacou que os juízes precisam ter habilidades e qualidades, e que o ministro Nefi Cordeiro provou, ao longo dos seus anos de magistratura, ter as características que fazem um bom juiz.
"As habilidades, todos conhecemos: sua argumentação jurídica é clara, seu conhecimento da lei é profundo, o acervo de seus conhecimentos é vasto. Mas ele também tem as qualidades do bom juiz: sabe ouvir, não antecipa posições, ouve os dois lados, preocupa-se com o impacto de suas decisões no caso concreto, mas, sobretudo, na comunidade.”
Em sua homenagem a Nefi Cordeiro, o defensor público Pedro Carriello, do Rio de Janeiro, falando pelas Defensorias estaduais, citou alguns votos do ministro, com destaque para o que tratou da possibilidade de absolvição por clemência no tribunal do júri.?