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Juiz brasileiro decreta prisão dos fundadores da Igreja Renascer

11/1/2007


Caso Renascer

Juiz brasileiro decreta prisão dos fundadores da Renascer

A Justiça brasileira decretou, ontem, uma nova prisão preventiva para Estevam Hernandes Filho, 52, e Sônia Haddad Moraes, 47, fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, que até ontem estavam impedidos de deixar os EUA.

Segundo informou o FBI em caráter sigiloso a autoridades brasileiras, o casal foi transferido do aeroporto para um presídio federal.

A afirmação não foi confirmada por autoridades norte-americanas, que 9/1 disseram que o casal havia sido solto após pagar fiança.

O advogado do casal, Luiz Flávio D'Urso, no entanto, não confirmou nenhuma das versões. Às 19h de ontem 10/1, disse que desconhecia o paradeiro dos Hernandes. "Hoje, 10/1 de manhã eles ainda estavam (detidos) no aeroporto."

O desencontro de informações é provocado pelo fato de a investigação norte-americana correr sob sigilo.

O casal foi detido no aeroporto de Miami, na Flórida, 9/1, pelo FBI ao tentar entrar no país com US$ 56 mil não-declarados (mais de R$ 120 mil) em dinheiro vivo, que estava dentro de uma Bíblia, em um porta-CD e nas malas.

Foi a detenção dos Hernandes em Miami que levou o juiz da 1ª Vara Criminal de São Paulo, Paulo Antonio Rossi, a aceitar o pedido de prisão feito pelo Gaeco, do MP.

No despacho, os promotores acusam Estevam e Sônia de continuar a praticar lavagem de dinheiro, dessa vez em solo norte-americano eles já respondem a esse mesmo tipo de crime na capital paulista.

Como haviam dito às autoridades de imigração que portavam menos que US$ 10 mil (R$ 21 mil), os dois foram levados pela polícia por suspeita de lavagem de dinheiro.

Segundo a imigração norte-americana, o casal pagou US$ 100 mil (R$ 215 mil) de fiança para responder em liberdade ao processo de lavagem de dinheiro que tramita na Flórida. Mas eles são alvos ainda de uma investigação do setor de imigração por terem mentido. É por esta acusação que o casal permaneceria preso.

Autoridades norte-americanas informaram que eles não poderão deixar o país por duas semanas. Nesse período, deverão se apresentar à Justiça.

No Brasil, Estevam e Sônia também são réus em processos por falsidade ideológica, estelionato e evasão de divisas. Desde então, já tiveram bens e contas bancárias seqüestrados ou bloqueados pela Justiça.

É o caso do haras em Atibaia (a <_st13a_metricconverter productid="60 km" w:st="on">60 km de SP), comprado pela Renascer por R$ 1,8 milhão, e uma casa de praia <_st13a_personname productid="em Boca Raton" w:st="on">em Boca Raton, na Flórida, que vale US$ 470 mil (R$ 1,27 milhão).

Extradição

O Gaeco informou que os mandados de prisão já foram enviados à Interpol para inclusão na "difusão vermelha" (expediente que autoriza uma prisão internacional).

Mas para que isso seja feito legalmente, a Promotoria terá de pedir a extradição (ato de entrega, por um Estado a outro, de pessoa acusada no território requerente) ao mesmo juiz que autorizou a prisão dos fundadores da Renascer.

"O Gaeco está em contato com as autoridades americanas. E acredita que, se a Justiça daqui autorizar o pedido de extradição, os EUA liberarão o casal para que ele seja preso no Brasil, segundo o tratado de reciprocidade", disse o promotor José Reinaldo Carneiro.

O casal já havia sido alvo de outro pedido de prisão. A ordem foi cassada pelo STJ.

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Fonte: Folha de S. Paulo

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