Migalhas Quentes

Advogada analisa as tendências para o mercado de trabalho em 2023

Especialista aposta em novo cenário com mudanças positivas para trabalhadores no próximo ano.

10/12/2022

Em 2023 o Brasil terá Luiz Inácio Lula da Silva ocupando a cadeira presidencial em seu 3° mandato após vencer uma disputa apertada contra Jair Bolsonaro. Diante deste cenário, o novo ano deve trazer também algumas mudanças no cenário trabalhista.

Um dos grandes desafios do novo governo é diminuir ainda mais a taxa de desemprego, que apresenta queda nos últimos meses. De acordo com o estudo do IBGE, realizado em outubro, o país possui 8,7% de desempregados.

A garantia dos direitos dos trabalhadores com normas claras proporcionam segurança para colaboradores e empresas, que se tornam capazes de mobilizar e impulsionar o trabalho formal, criando novos empregos”, opina Alessandra Cobo, advogada do escritório Aparecido e Inácio Pereira Advogados Associados

Segundo a especialista, no período em que Lula governou o país, os trabalhadores brasileiros puderam notar melhorias na qualidade de vida e no salário-mínimo, muito por conta também do processo de crescimento que o país atravessava naquele momento.

As propostas de Lula, se concretizadas, podem trazer novos cenários para o trabalhador em 2023, por buscar a diminuição dos empregos informais e consequentemente o aumento dos trabalhos formais, com todos os direitos do trabalhador envolvidos”, explica Alessandra.

Possível retorno do ministério do Trabalho

Após a eleição de Jair Bolsonaro, o ministério do Trabalho foi extinto em 2019, tornando-se uma secretaria especial do ministério da Economia. Em 2021, foi recriado oficialmente, desta vez denominado de ministério do Trabalho e Previdência.

Com a vitória de Lula, diz a profissional, a tendência é de que a pasta volte a ser exclusivamente voltada para o setor trabalhista. “O retorno do ministério do Trabalho permitirá fixar com maior praticidade as diretrizes, além de fiscalizar o cumprimento das normas, com a finalidade de manter o equilíbrio nas relações trabalhistas e o cuidado com a taxa do emprego formal no país”, conta a advogada.

Advogada analisa as tendências para o mercado de trabalho em 2023.(Imagem: Gabriel Cabral/Folhapress)

Pejotização e regulamentação de profissões

Uma das grandes tendências após a reforma trabalhista foi o crescimento do número de profissionais cadastrados como “PJ”, pessoas jurídicas que fornecem trabalho para empresas, como MEI - microempreendedor individual - ou de outras maneiras.

De acordo com uma pesquisa do IBGE, a quantidade de empregados no país sem carteira assinada no setor privado atingiu 12,5 milhões de pessoas ao fim do primeiro trimestre deste ano.

O novo governo deve olhar para os trabalhadores de forma a garantir que todo direito seja assegurado, certamente esse assunto será pautado nas discussões sobre as novas alterações dos direitos trabalhistas, visto que a ‘pejotização’ muitas vezes reduz garantias mínimas do trabalhador”, relata a especialista.

Além de atenção nesta pauta, Lula sinalizou que pretende regulamentar profissões de trabalhadores de aplicativos como Uber e iFood, para que assim possam ter redes de seguridade social.

"A regulamentação das profissões dos motoristas de aplicativo e delivery certamente poderá garantir direitos fundamentais para esses profissionais, como férias, o 13° salário e folga, assim atraindo mais pessoas”, finaliza Alessandra.

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