Durante sessão da 1ª turma do STF nesta terça-feira, 6, ministro Alexandre de Moraes desabafou sobre o elevado número de pedidos de suspeição apresentados contra ele em diversos processos. O ministro disse estar "magoado" com os requerimentos.
A fala ocorreu no julgamento da denúncia da PGR contra tentativa de golpe durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O caso em análise é a Pet 12.100, que envolve sete investigados apontados como integrantes do chamado "Núcleo 4" da estrutura denunciada.
Ao rebater os questionamentos recorrentes à sua imparcialidade, o ministro comparou a quantidade de pedidos de suspeição que recebe com a ausência de contestações semelhantes dirigidas a outros membros da Corte, como o ministro Luiz Fux.
"Presidente, Vossa Excelência sabe que eu fico extremamente magoado, porque quando surge, por exemplo, o nome do ministro Fux, ninguém pede a suspeição dele. Quando surge o meu nome, são 868 pedidos de suspeição. Então, na verdade, é suspeito quem está pedindo uma suspeição, impressionante."
A declaração evidencia o desconforto de Moraes com o que classificou como uma tentativa sistemática de afastá-lo de processos sensíveis, especialmente os relacionados aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
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Moraes manifestou-se após a sustentação da defesa do acusado Marcelo Araujo Bormevet. O advogado Hassan Magid de Castro Souki, que falou por Bormevet, fez questão de frisar que nem ele, nem o cliente participaram dessas iniciativas contra o ministro.
"Marcelo e esse advogado jamais arguiram a suspensão de Vossa Excelência", afirmou o causídico.
"Então, ao invés de 637 vezes, 636 vezes", respondeu o ministro.
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