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Advogado aponta impactos da Reforma Tributária já em 2026

Adriano de Almeida, advogado tributarista do Bruno Durão Advocacia, explica que, para o setor produtivo, a clareza nas regras de transição é fundamental.

9/9/2025

A reforma tributária, considerada a mais profunda reestruturação do sistema de impostos em décadas, avança para uma etapa decisiva no Senado. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) apresenta hoje, 9, o parecer do PLP 108/24, texto que regulamenta pontos centrais do novo modelo de tributação sobre o consumo.

A leitura do relatório na CCJ - Comissão de Constituição e Justiça está marcada para o dia 10, e a votação deve ocorrer a partir do dia 17/9.

O relatório organiza as principais diretrizes estruturais de um sistema, dentre elas, a criação do Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (CG-IBS); a regulamentação do ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação) e os parâmetros do processo administrativo tributário referente ao IBS. A negociação envolveu mais de 30 reuniões técnicas e mais de 100 encontros individuais com diferentes representantes de setores e especialistas em tributação.

"O desafio foi garantir um texto que concilie segurança jurídica, simplificação e justiça fiscal. A reforma precisa gerar confiança e previsibilidade para o ambiente de negócios, sem abrir mão do equilíbrio federativo", destacou Braga.

Adriano de Almeida.(Imagem: Divulgação)

Especialistas do setor privado avaliam que a proposta pode representar um divisor de águas para a economia. Para o advogado tributarista Adriano de Almeida, do escritório Bruno Durão Advocacia, a apresentação do parecer marca o início de uma etapa decisiva.

"O país caminha para um sistema mais simples, mas ainda é preciso observar como será feita a transição, especialmente para empresas que hoje lidam com alta complexidade fiscal", revela.

Adriano ressalta que a implementação do Comitê Gestor será fundamental: "Se bem estruturado, o IBS poderá reduzir a insegurança jurídica que hoje afeta investimentos e desestimula novos negócios." Ele pondera, no entanto, que os próximos meses serão determinantes para calibrar o impacto real da reforma.

"A reforma tem potencial para diminuir o chamado 'custo Brasil', mas é essencial que o novo modelo traga competitividade sem gerar distorções entre estados e municípios", conclui. 

A expectativa do governo e do Congresso é iniciar a fase de testes do novo sistema em janeiro de 2026, passo estratégico para consolidar a transição do atual modelo, marcado por um processo de complexidade, para um regime mais racional e eficiente.

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