O lançamento de "Liberdade Sindical no Estado Constitucional Cooperativo", obra de Andréa Arruda Vaz (Andréa Arruda Vaz Advocacia), na Universitat de Barcelona, na Espanha, dia 23/10, marca o ponto culminante de uma trajetória acadêmica construída ao longo de mais de 16 anos de pesquisa e vivência prática.
Segundo Robson Luiz de Souza, do departamento de comunicação do escritório Andréa Arruda Vaz Advocacia, o livro - que nasceu da tese de doutorado da autora - vai além de um debate teórico.
"É uma resposta técnica e urgente à crise de representatividade observada pela autora desde sua atuação no setor privado, onde as negociações já revelavam a fragilidade e as lacunas de um sistema que não acompanha a realidade contemporânea", explica.
Andréa Arruda Vaz reforça que a inquietação com a falta de uma estrutura sindical capaz de refletir os compromissos internacionais e o modelo democrático de direito transformou-se em propósito. "Essa carência me conduziu a uma pesquisa acadêmica com a missão de propor soluções sólidas", afirma.
Do Cooperativismo à Ratificação da OIT
De acordo com Robson, o cerne da análise está na incompatibilidade entre o atual modelo sindical brasileiro e a estrutura de um Estado Constitucional Cooperativo.
"Andréa Arruda Vaz defende que o Brasil, ao não ratificar a Convenção 87 da OIT, que assegura a liberdade sindical, perpetua uma unicidade que elimina a concorrência e, em muitos casos, enfraquece estruturas que não conseguem entregar o mínimo aos seus filiados", observa.
"A grande contribuição da obra é justamente apontar o caminho para a mudança. Ela sustenta que a reestruturação do sindicalismo deve começar na seara legislativa, fortalecendo a autonomia e a liberdade sindical sob uma perspectiva democrática e cooperativa", reforça.
Superação como Base da Autoridade
O lançamento em Barcelona também representa, segundo Robson, a validação científica de uma trajetória marcada por esforço e superação. "Filha de agricultores, nascida em Reserva/PR e ex-aluna de uma escola localizada em uma reserva indígena, Andréa transformou a educação em seu principal ativo e passaporte. Mesmo após um grave acidente durante o doutorado, que exigiu longo processo de recuperação, manteve o foco em seu propósito", relata.
"Sou grata até pelos obstáculos, porque cada um deles me tornou mais forte e reafirmou que o estudo é a chave que abre portas em qualquer lugar do mundo. Minha trajetória é a prova dessa transformação", destaca Andréa.
O reconhecimento da obra é reforçado pela chancela acadêmica de dois grandes nomes do Direito: Marcos Augusto Maliska, orientador de tese e referência em Direito Constitucional, e Luiz Eduardo Gunther, desembargador do TRT-PR - ambos assinam o prefácio.
Com este lançamento, Andréa Arruda Vaz consolida seu nome no cenário do Direito Internacional, inspirando novos estudos e políticas públicas voltadas ao fortalecimento da democracia cooperativa e da representatividade sindical.