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LBCA desenvolve "Projeto SHIFT" para otimizar a gestão jurídica com IA

Lee, Brock, Camargo Advogados (LBCA) cria iniciativa que combina IA, automação e dados para transformar o jurídico.

16/10/2025

A Lee, Brock, Camargo Advogados (LBCA) lançou o "Projeto SHIFT", durante o "Summit 2025" do escritório, realizado hoje, 16/10, no auditório do CIEE, em SP.

"O maior desafio do uso das novas ferramentas de inteligência artificial, na minha opinião, é fazer o mercado jurídico compreender que a verdadeira inovação não começa na tecnologia com a compra ou assinatura de algum modelo; mas sim na compreensão do problema humano que poderia ser resolvido com o uso de IA", explica Solano de Camargo, sócio da LBCA e responsável pelo "Projeto SHIFT".

Para Solano, quando se fala em IA na advocacia, muitos escritórios começam o processo tentando escolher qual a melhor IA, como se a mudança dependesse apenas da ferramenta.

"A LBCA fez o movimento oposto. Nós percebemos que a transformação só acontece quando o escritório reorganiza sua forma de pensar o trabalho jurídico, e não apenas quando compra uma nova tecnologia.O projeto SHIFT nasceu exatamente dessa virada de chave" diz Camargo.

SHIFT é o nome da metodologia desenvolvida pela LBCA para organizar o trabalho jurídico de ponta a ponta, com o advogado na liderança das atividades e a IA como parceira estratégica.

Assim sendo, no contencioso, não é uma plataforma única, mas um modelo de operação integrado, que combina engenharia de prompts, automação, agentes de IA, RAG (Retrieval-Augmented Generation), Visual Law, ciência de dados e raciocínio jurídico para acompanhar o caso desde a propositura até a entrega de relatórios analíticos ao cliente.

Para chegar ao Projeto SHIFT,  a LBCA estruturou uma sequência metodológica que hoje se tornou uma referência interna, segundo Camargo, composta por cinco fases:

  1. Design Thinking – mergulho profundo nas "dores procedimentais" do cliente, como gargalos de cadastro, comunicação entre áreas, excesso de subsídios, retrabalho em cálculos, falta de predição de resultados ou demora em acordos.
  2. AI Project Canvas – etapa de planejamento técnico e jurídico, em que se definem objetivos, riscos, métricas e limites de uso da IA, com a combinação de diferentes competências técnicas.
  3. Scrum – desenvolvimento de protótipos em ciclos curtos por todos os integrantes da LBCA, sem hierarquia na etapa criativa, que permitem testar e corrigir rapidamente as novas soluções.
  4. Kanban – gestão visual e contínua de melhorias contínuas, garantindo que o aprendizado de um caso seja aproveitado em todos os outros.
  5. Mensuração de resultados – monitoramento em tempo real de indicadores como tempo de ciclo, redução de erros, impacto econômico e satisfação dos clientes.

Solano de Camargo, sócio da escritório e responsável pelo "Projeto SHIFT".(Imagem: Divulgação)

Esse modelo é sustentado pela Akdia, a escola interna de inovação e IA da LBCA, que vem formando e capacitando todos os mais de 800 colaboradores do escritório. "A Akdia permite que todo nosso time, ou seja, advogados, analistas, cientistas de dados, gestores, pessoal administrativo, estagiários, compreendam o papel da IA, saibam utilizá-la com segurança e participem da criação das soluções", comenta Camargo.

Na prática, qualquer integrante da LBCA pode criar um protótipo e participar de concursos internos da banca, que premia as melhores ideias. Se o protótipo for aprovado, o sócio ou colaborador passa por uma etapa de sofisticação técnica, conduzida pelos desenvolvedores e cientistas de dados do escritório, que verificam a arquitetura tecnológica, a segurança da informação e a conformidade com a LGPD.

Antes de chegar à operação, a solução é exaustivamente testada pela área de sandbox do escritório, onde são simulados cenários reais e verificado se o projeto gera valor, se é seguro e se tem aplicabilidade jurídica.

"O desafio da SHIFT hoje é mostrar para nossos clientes que a inovação não é um produto em si mesmo, mas um método. A tecnologia é o meio, mas o propósito é humano, ou seja, devolver ao advogado o tempo e a clareza necessários para pensar a melhor estratégia jurídica, o que sempre foi a essência da profissão", argumenta Camargo.

A SHIFT já é uma realidade operacional dentro da LBCA, segundo Camargo, sendo composta por mais de 60 soluções integradas que atendem cada microfluxo ou necessidade específica dos clientes, compondo, em conjunto, um ecossistema vivo de inovação jurídica dentro de toda a jornada do usuário ou de seu time, seja ele interno, externo ou combinado.

Portanto, "a SHIFT não é um projeto futuro, é uma realidade em funcionamento, aplicada diariamente na gestão dos trabalhos jurídicos de nossos clientes. Que enfatiza que hoje  o escritório conta hoje com mais de 60 soluções de IA assistiva, que atuam em diversas etapas do processo: da automação na análise profunda de subsídios e triagem de peças que podem envolver litigância predatória, ao cálculo automatizado de provisão em diferentes abordagens contábeis em tempo real, à emissão de relatórios estratégicos preditivos", diz Camargo.

Solano de Camargo exemplifica o trabalho da SHIFT a partir de uma carteira envolvendo milhares de ações trabalhistas semelhantes. Ela identifica automaticamente pedidos, partes, documentos juntados, padrões, posição dos órgãos julgadores, resultado obtidos por empresas concorrentes, organiza e sugere provas relevantes, detecta padrões de decisão e sugere parâmetros de acordo com base em dados reais.

Já em litígios mais complexos, como em arbitragens, ajuda o advogado a construir mapas de prova, cruzar documentos e avaliar riscos complexos, tudo dentro de uma estrutura segura, auditável e supervisionada.

Em continua evolução, a SHIFT começa a ser aplicada de forma colaborativa com clientes estratégicos da LBCA, integrada em sistemas locais. O objetivo é que, ao longo dos próximos meses, o modelo sirva de referência para novos padrões de contencioso inteligente no país, conectando dados, advocacia e governança tecnológica.

"A SHIFT já provou que é possível unir tecnologia e pensamento jurídico sem perder o rigor técnico, o sigilo profissional e a ética que sempre caracterizaram a advocacia", continua Camargo.

"O que vem agora é o passo seguinte: mostrar que a IA não é um atalho, mas uma nova forma de exercer a advocacia com mais inteligência, eficiência e propósito, sempre mantendo o advogado na liderança do processo", conclui.

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