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PF prende novamente lobista acusado de vender decisões do STJ

Andreson de Oliveira Gonçalves teria simulado doença para deixar prisão e voltou a ser detido por ordem do ministro Cristiano Zanin, do STF.

12/11/2025

A Polícia Federal cumpriu, nesta quarta-feira, 12, nova ordem de prisão preventiva contra o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, investigado por suposta participação em um esquema de venda de decisões no âmbito do STJ. A medida foi determinada pelo ministro do STF, Cristiano Zanin, após análise de indícios de fraude no cumprimento da prisão domiciliar.

Andreson havia sido preso preventivamente em março de 2025, no contexto da Operação Sisamnes, que apura crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional. Em julho de 2025, ele obteve prisão domiciliar por decisão do ministro Zanin, após a defesa alegar deterioração em seu estado de saúde. Desde então, o investigado permanecia em Primavera do Leste/MT, monitorado por tornozeleira eletrônica.

As investigações, porém, apontaram que o lobista teria simulado piora em seu quadro clínico, inclusive realizando greve de fome, com o objetivo de obter o benefício. Diante dos novos elementos, o ministro revogou a medida e determinou o retorno de Andreson ao regime fechado.

PF prende novamente lobista acusado de negociar decisões no STJ em esquema de corrupção.(Imagem: Reprodução/Internet)

Segundo a PF, o lobista é suspeito de ter acesso antecipado a minutas de votos e decisões de ministros do STJ e de negociar influência sobre julgamentos. As apurações também indicam transferências de cerca de R$ 4 milhões a um assessor do STJ, além de movimentações financeiras suspeitas em empresas usadas para lavagem de dinheiro.

Até o momento, não há indícios de que ministros do STJ estejam formalmente investigados. O inquérito segue sob segredo de Justiça, e novas diligências continuam sendo realizadas. Após o novo mandado, Andreson foi transferido para um presídio em Mato Grosso, onde permanecerá à disposição do STF.

Advogado assassinado

As suspeitas envolvendo Andreson de Oliveira Gonçalves começaram a ser desvendadas após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido no final do ano passado em Cuiabá. Durante a apuração do crime, o Ministério Público apreendeu o celular da vítima e encontrou conversas que indicavam negociações de decisões judiciais com desembargadores de Mato Grosso. O material foi enviado ao CNJ e compartilhado com a Polícia Federal, que aprofundou as investigações.

De acordo com informações publicadas pelo UOL, as conversas revelaram que Andreson compartilhava minutas antecipadas de decisões do STJ e alegava ter influência sobre assessores do Tribunal. Ele também costumava se apresentar em Brasília como advogado, embora não possuísse registro na OAB. Nos bastidores, sua esposa, Mirian Ribeiro Gonçalves, atuava em processos nos quais ele exercia influência.

O processo tramita sob segredo de Justiça.

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