Migalhas Quentes

OAB/SP quer mudança em projeto que reduz honorários

9/10/2007


PL 1146/2007

OAB/SP quer mudança em projeto que reduz honorários

A OAB/SP enviou ontem ofício aos deputados estaduais, solicitando a retirada da parte final do inciso I, do artigo 10, do Projeto de Lei nº 1146/2007 (clique aqui), que reduz os honorários a 1% em caso de débitos ajuizados, sem levar em conta o arbitramento judicial existente, ao mesmo tempo em que seja firmada a observância da decisão judicial a respeito, no mesmo inciso I, do Art. 10. O projeto trata da instituição de Parcelamento de Débitos – PPD - no Estado de São Paulo, enviado pelo governador para a AL no dia 26 de setembro.

"Em seu artigo 10, inciso I, há previsão de redução dos honorários advocatícios ao percentual de 1% (um por cento), na hipótese de débitos ajuizados. Ocorre que a verba honorária não compõe o produto da atividade arrecadatória do Estado, ela pertence ao advogado e, assim, o Estado a ela não pode renunciar, quer seja integral ou parcialmente", argumenta D'Urso.

Segundo o presidente da OAB/SP, os Art. 22 e 23 do Estatuto da Advocacia, asseguram o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento e aos de sucumbência e que "honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor."

D'Urso explicou na correspondência que o advogado público exerce a advocacia nos termos do § 1º, do artigo 3º, da Lei Federal nº. 8906/94 (clique aqui) e, por ser da União a competência para legislar sobre o exercício das profissões, conforme o art. 22, inc. XVI, da Constituição Federal (clique aqui), não cabe à lei estadual dispor sobre o direito posto pela lei federal específica, em decorrência de nossa Carta Magna. Dessa forma, os honorários advocatícios que pertencem aos advogados públicos não podem ser reduzidos pelo Estado.

"Em se tratando de débitos ajuizados, certamente já terá sido fixado pelo Juízo o percentual de honorários advocatícios que serão pagos pelo devedor e sobre os quais o advogado tem garantido o seu direito", diz, completando que o próprio Código de Processo Civil (clique aqui), em seu art. 20, §3º, fixa um mínimo de 10% (dez por cento) de honorários sobre o valor da condenação.

A OAB/SP cita como referência a Lei Municipal nº. 14129 de 2006 (clique aqui), do então prefeito José Serra, regulamentada pelo Decreto nº. 47165/2006 (clique aqui), que em seu artigo 17 estabelece que "as reduções de percentual da verba honorária tratadas nos artigos 9º a 12 não se aplicam quando a verba honorária for fixada judicialmente, caso em que se observará a decisão judicial."

______________

_______________

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Notícias Mais Lidas

Aos gritos, promotor chama advogado de “safado, pilantra, bosta e frouxo”

25/4/2024

MP/SP arquiva caso de abuso de autoridade de policial contra advogado

25/4/2024

STJ aplica honorários por equidade em execução fiscal

25/4/2024

Cão Joca: Legislativo e ministério da Justiça se posicionam sobre caso

25/4/2024

Promotor que chamou advogado de “bosta” é alvo de reclamação no CNMP

25/4/2024

Artigos Mais Lidos

Do “super” cônjuge ao “mini” cônjuge: A sucessão do cônjuge e do companheiro no anteprojeto do Código Civil

25/4/2024

Domicílio judicial eletrônico

25/4/2024

Pejotização: A estratégia que pode custar caro

25/4/2024

Transação tributária e o novo programa litígio zero 2024 da RFB

25/4/2024

Burnout, afastamento INSS: É possível?

26/4/2024