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Hoje, caso você dívida o volume de demanda que registram e o volume de advogados que informam, você verá que existem bancas onde chega a contar mais de mil processos por profissional. Um crescimento de mais de três vezes na capacidade produtiva num curto espaço de tempo.

8/9/2022

Houve um tempo no qual um advogado mal conseguia acompanhar 300 processos. Ele simplesmente não identificava como conciliar seu tempo entre entender a demanda, pesquisar precedentes, redigir peças e participar de audiências. 

Hoje, caso você dívida o volume de demanda que registram e o volume de advogados que informam, você verá que existem bancas onde chega a contar mais de mil processos por profissional. Um crescimento de mais de três vezes na capacidade produtiva num curto espaço de tempo. 

Grande parte deste ganho veio de automações e, por conseguinte, uso de software com um ou mais componentes de inteligência artificial. Substituindo, inicialmente, atividades não próprias da advocacia (como recepção e cadastro das demandas), evoluindo depois até o entendimento de iniciais e de decisões judiciais e a construção inteligente de contestações e recursos aos tribunais, o que são efetivamente atividades privativas dos juristas.

Sim, isso inevitavelmente significa que postos de trabalho intelectual humano foram substituídos e que, em alguns casos, ocorreu perda de qualidade. Entretanto, alguns escritórios adotaram caminhos que foram capazes de gerar um fortalecimento das suas equipes enquanto faziam uso de robôs e de IA. 

Como afirmou Kasparov em um de seus livros: um mestre associado a uma máquina é capaz de derrotar qualquer máquina e qualquer outro mestre do xadrez. O mesmo ocorre com um advogado assessorado por um bom algoritmo inteligente. Sendo uma opção que não leva a uma super produtividade, necessariamente, mas eleva muito a eficiência frente à parceria. 

A Carol por exemplo, que foi considerada há mais de cinco anos a primeira advogada-robô da América Latina, já tendo sido case no IBM Think de Las Vegas, de São Paulo e no ICAIL (evento internacional de inteligência artificial), não tornou o Urbano Vitalino Advogados o mais produtivo dos escritórios do Brasil, mas o fez um dos mais eficientes. Só em improcedência (que equivale a ganhar uma disputa judicial na totalidade) em uma única carteira, ela foi capaz de ajudar a elevar o volume em mais de cinco vezes. 

Hoje, ainda que algumas peças possam ser desenhadas autonomamente por ela (como habilitação em processo e documentos simples), todos os documentos judiciais estratégicos são revisados por um humano capacitado e especializado. Retirando o peso do trabalho mecânico geral dos ombros do advogado e permitindo que se debrucem nos aspectos estratégicos do processo em questão.

Uma experiência de união do potencial da máquina com a especialização do profissional em benefício do cliente, que auxiliou ao escritório a manter-se entre os melhores nos rankings feitos pelos próprios clientes, e o permitiu ser classificado como o que mais cresceu em número de advogados por revistas especializadas no ano passado, levando a posição de quarto maior escritório full service do Brasil.

No momento, suas células de pesquisa e desenvolvimento estão focadas não só na advocacia contenciosa e de massa, mas também na atuação mais consultiva e especializada, continuando a buscar a melhor relação entre pessoas e máquinas para um propósito comum: elevar as entregas com a máxima qualidade para seus clientes.

Christiano Sobral
Diretor-executivo do escritório Urbano Vitalino Advogados, especializado em marketing, economia e negócios.

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