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TST - Motorista que abastece trator por 10 minutos diários receberá adicional de periculosidade

A Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do TST concedeu a um motorista da Usina São Martinho S.A., na cidade de Pradópolis/SP, o direito de receber adicional de periculosidade pelos dez minutos diários gastos para abastecer o trator utilizado para trabalhar.

21/3/2011


Agente perigoso

TST - Motorista que abastece trator por 10 minutos diários receberá adicional de periculosidade

A Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do TST concedeu a um motorista da Usina São Martinho S.A., na cidade de Pradópolis/SP, o direito de receber adicional de periculosidade pelos dez minutos diários gastos para abastecer o trator utilizado para trabalhar.

O adicional de periculosidade foi concedido pela vara do Trabalho de Jaboticabal/SP e mantido tanto pelo TRT da 15ª região quanto pela 3ª turma do TST. A empresa recorreu, então, com embargos à SDI-1. Alegou que o trabalhador não mantinha contato permanente com combustível, nem ficava exposto a condições de risco acentuado, pois, na função de motorista, apenas fazia o abastecimento do caminhão que usava para trabalhar, não podendo ser equiparado ao frentista.

A empresa argumentou, ainda, que a NR 16 (clique aqui), ao descrever as atividades com inflamáveis e explosivos, apenas remete ao trabalhador que opera bomba de combustíveis ou trabalha próximo a ela, alcançando apenas os empregados de postos de gasolina. Alegou também que 10 minutos utilizados no abastecimento, no cômputo de uma jornada de trabalho de oito horas, é um período extremamente reduzido, não podendo ser considerado intermitente" no contato com produtos perigosos.

O relator do acórdão na SDI-1, ministro Lelio Bentes Corrêa, ressaltou em seu voto que a turma do TST fez constar no acórdão recorrido que a instância de prova deixou claro que o trabalhador tinha contato habitual com agente perigoso, e que a própria empresa admitiu a exposição diária aos inflamáveis, em área de risco, por dez minutos, "tempo não negligenciável", destacou o ministro.

Segundo Lelio Bentes, ao contrário do alegado pela Usina São Martinho, a decisão favorável ao trabalhador está de acordo com o entendimento consolidado pela súmula 364 (clique aqui) do TST, que diz: "faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas,quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que,sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido.” Eventual, destacou o ministro Lelio, é sinônimo de “acidental, casual, fortuito, dependente do acaso ou de acontecimento incerto, ou imprevisto", o que não era o caso.

A empresa não obteve sucesso em seu recurso porque não conseguiu comprovar divergência jurisprudencial apta ao conhecimento dos embargos nem contrariedade a súmula do TST ou do STF.

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