Com repercussão geral reconhecida, o recurso foi interposto pela União contra acórdão do TRF da 2ª região que garantiu à Nova Lente Editora Ltda. a imunidade tributária na importação de fascículos compostos pela parte impressa e pelo material demonstrativo, formando um conjunto em que se ensina como montar um sistema de testes.
Em seu voto, o relator argumentou que o artigo 150, inciso VI, “d”, da CF deve ser interpretado de acordo com os avanços tecnológicos ocorridos desde sua promulgação, em 1988. Ressaltou que, desde então, ocorreram diversos avanços no campo da informática, como o aumento da capacidade operacional dos computadores, a criação de novas plataformas como tablets, além do advento da internet e da ampliação de acesso à informação.
Segundo Marco Aurélio, mais do que resolver um problema de ordem jurídica, trata-se de enfrentar desafios impostos pela modernidade. Em seu entendimento, o Direito, a Constituição e o STF não podem ficar avessos às transformações, sob pena de se tornarem obsoletos. Afirmou ainda que, na medida do possível, o Supremo deve ser intérprete contemporâneo das normas. "Constituinte originário não poderia antever tamanho avanço tecnológico."
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Processos relacionados: RExt 595.676
Confira a íntegra do voto do ministro Marco Aurélio.