Migalhas Quentes

Gestante não garante estabilidade provisória em contrato de trabalho temporário

Decisão é do TST.

25/3/2017

A 1ª turma do TST reformou decisão que concedeu estabilidade provisória a uma ajudante de serviços gerais admitida em contrato temporário quando estava grávida. Segundo o colegiado, o contrato temporário não se assemelha aos contratos por prazo determinado, regulado pelos artigos 479 e 481 da CLT.

De acordo com os autos, a auxiliar assinou contrato de três meses em julho de 2014 e, conforme o previsto, teve o vínculo encerrado em outubro do mesmo ano. Ela, então, ajuizou reclamação trabalhista requerendo a reintegração ao emprego, com base na estabilidade garantida à gestante.

O juízo da vara do Trabalho de Assis Chateaubriand/PR julgou improcedente o pedido, ressaltando que o contrato de trabalho temporário possui características específicas, "devendo perdurar tão somente pelo prazo estipulado pela lei e pelas partes". A sentença observou que, apesar de o exame ter confirmado que ela já estava grávida de 23 semanas ao ser admitida, a ajudante já tinha ciência de que trabalharia por apenas três meses.

O TRT da 9ª região, ao julgar recurso, entendeu que a gestante, mesmo sob a regência de contrato temporário, tem direito à estabilidade prevista no artigo 10, inciso II, alínea "b", do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. No entanto, converteu a reintegração em indenização, uma vez que o período de estabilidade já tinha terminado.

No TST

Segundo os autos, a empresa sustentou que o contrato temporário possui legislação específica, e está fora da incidência da súmula 244 do TST, que trata do contrato por prazo determinado.

O relator, ministro Walmir Oliveira da Costa, explicou que a estabilidade das gestantes (prevista no item III da súmula 244) não alcança as hipóteses de admissões regidas pela lei 6.019/74. "A disciplina própria instituída pela lei não permite incluir o contrato temporário entre os contratos por prazo determinado".

O ministro ressalvou que apesar da ausência de estabilidade, a trabalhadora gestante nessa modalidade contratual está amparada pela legislação previdenciária, nos termos do artigo 30, inciso II, do decreto 3.048/99, e do artigo 11, inciso I, alínea "b", da lei 8.213/91.

A decisão foi por maioria, vencido o desembargador convocado Marcelo Lamego Pertence.

Fonte: TST

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

Trabalhadora que desconhecia gravidez não consegue anular pedido de demissão

8/12/2016
Migalhas Quentes

Gestante não consegue remarcação de teste físico em concurso público

28/10/2016
Migalhas Quentes

Contrato de trabalho temporário não garante estabilidade à gestante

18/2/2015

Notícias Mais Lidas

Certidão da OAB não comprova atividade jurídica para fins de concurso

27/4/2024

Aluna que desviou R$ 1 milhão de formatura vira ré por golpe em lotérica

26/4/2024

Desoneração da folha: Entenda como a controvérsia chegou ao STF

26/4/2024

Advogado de ex-trabalhador é condenado por má-fé em ação contra a MRV

26/4/2024

Minuto Migalhas tem calçada da fama, ladrão de pato e tempo de vida

26/4/2024

Artigos Mais Lidos

Burnout, afastamento INSS: É possível?

26/4/2024

Upcycling, second hand e o dia mundial da propriedade intelectual em 2024

26/4/2024

Banco digital é condenado a devolver dinheiro perdido em golpe do pix

26/4/2024

Lula autoriza Incra a identificar terras para expropriação

26/4/2024

Contribuição assistencial ou de negociação coletiva - Balizamento para compreender o tema

26/4/2024