Migalhas Quentes

Joalheria deve ressarcir segurança por gastos com uso obrigatório de terno

Para o colegiado, a exigência é razoável, mas o valor da vestimenta é desproporcional ao salário do empregado.

16/9/2019

A 7ª turma do TST condenou uma joalheria de luxo a pagar R$ 500 por ano de serviço prestado por um segurança em razão da exigência do uso de terno e gravata durante a jornada de trabalho. Para o colegiado, a exigência é razoável, mas o valor da vestimenta é desproporcional ao salário do empregado.

Traje social

O TRT da 4ª região havia negado o pedido de reparação, por entender que o fato de a empresa exigir que o empregado use traje social, sem qualquer padronização que o vincule ao empregador, não assegura o direito a receber o valor da roupa. Segundo o TRT, o terno é traje de uso comum na sociedade e não tem necessariamente valor elevado, diante da variedade e oferta no mercado.

Dress code

Relator, o ministro Cláudio Brandão, afirmou que o estabelecimento de dress code, ou código de vestimenta, se insere no poder diretivo do empregador de conduzir sua atividade da forma que melhor lhe agradar.

“O direito, contudo, deve ser exercido em observância aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade e em respeito à dignidade do empregado.”

Para o ministro, a exigência é razoável, por ser comum o uso de terno por profissionais de segurança, especialmente no ambiente de joalheria de luxo. “Por outro lado, ao contrário do decidido pelo Tribunal Regional, ainda que o traje social seja composto de roupas de uso comum, com grande variedade de oferta no mercado, não se trata de indumentária indispensável, utilizada no dia a dia pela maioria dos trabalhadores”, observou.

“Ao contrário, hoje, constitui exceção à regra, restrito aos ambientes formais e de negócios, e até mesmo nestes tem sido relativizado.”

O relator considerou desproporcional o custo da vestimenta e o salário recebido por ele, R$ 1,6 mil, levando em conta, ainda, a necessidade de ter mais de um terno.

“A exigência de terno e gravata para advogados em escritórios de advocacia, ou para executivos em grandes empresas, por exemplo, é diferente da mesma determinação para trabalhadores de outros ramos.”

Veja a íntegra do acórdão.

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