Migalhas Quentes

Disputa sobre vacina entre Bolsonaro e Doria movimenta o Congresso

Parlamentares cobraram uma definição sobre a imunização no país.

9/12/2020

O início da campanha de vacinação contra a covid 19 no Reino Unido levou os parlamentares do Congresso a cobrar, durante a sessão virtual desta terça-feira, 8, uma política de imunização do governo brasileiro. A disputa pelos rumos da vacinação entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o governador de São Paulo, João Doria, também foi alvo de críticas.

(Imagem: Montagem Migalhas)

Na Câmara dos Deputados

Para a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), o presidente da República prefere “fazer vitrines com seus trajes” a detalhar um plano de imunização da população brasileira, apesar dos 170 mil mortos. Bolsonaro inaugurou, nesta segunda-feira, uma exposição dos trajes usados na posse presidencial.

“Enquanto estamos observando, de forma até invejosa, os britânicos serem vacinados, nós não sabemos se em meados de 2021 teremos metade da população brasileira imunizada”, disse.

O deputado Jorge Solla (PT-BA) também afirmou que o governo Federal não tem um plano adequado. “Esta Casa não pode aceitar esta proposta ridícula do Ministério da Saúde que propõe levar todo o ano de 2021 para alcançar menos de 50% da população brasileira com a vacinação”, condenou.

A disputa entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o governo de São Paulo em torno da vacina foi alvo de críticas do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS). “Nós precisamos tomar um norte, um rumo, uma direção. A vacina, não importa se é chinesa, se é americana, se é russa, se é inglesa. Não importa. Ela tem que vir para o Brasil para atender o povo brasileiro”, condenou.

Na avaliação do deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP), tanto o governo Federal quanto o governo de São Paulo erraram na disputa. “Infelizmente, dentro dessa disputa, o governo Federal agiu de maneira irresponsável durante toda essa pandemia, e também o governo de São Paulo tenta tirar proveito político e se cacifar. Mas isso só acontece porque existe um vácuo de gestão política dessa grave crise que o Brasil está vivendo”, disse.

O deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro e criticou João Doria por afirmar que vai imunizar a população ainda que a vacina não tenha autorização da Anvisa. “Esse sujeito [Doria], de forma irresponsável — por que não dizer um verdadeiro maluco? —, está querendo submeter a população do Estado de São Paulo a uma campanha fictícia, a uma campanha fantasiosa”, criticou.

No Senado

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) criticou a previsão do ministério da Saúde de mais 60 dias para a certificação das vacinas pela Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

“Nós já temos uma vacina na sua última fase de testes no Brasil, que é a CoronaVac, que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan e pelo governo do Estado de São Paulo. No dia de hoje, o Reino Unido já começou a vacinação. Antes de terminar o ano, outros países o farão. Então, quero apelar ao governo, que não pode continuar titubeando como está na questão fundamental da resolução da vacina.”

Para Izalci Lucas (PSDB-DF), o debate é importante para que sejam respondidas as perguntas dos parlamentares dirigidas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que ficaram sem esclarecimento na reunião da comissão mista que analisa as medidas do Poder Executivo no enfrentamento à pandemia de covid-19.  

“Nós fizemos uma audiência na reunião [da comissão] da covid, o ministro fez uma exposição, mas quando dos questionamentos, ele teve que se ausentar, porque tinha uma reunião com o presidente, e não respondeu. Deixou uma assessoria. Então peço também, pelo PSDB, o reforço da aprovação desse requerimento.”

Pelas redes sociais, Marcelo Castro (MDB-PI), declarou que a intenção é comprar todas as vacinas disponíveis, sem preconceitos.  

“Ao longo da história, as vacinas foram fundamentais para nossa saúde e para erradicar doenças. Todas elas são seguras e são eficazes. Primeiro, nós só poderemos comprar vacinas, se foram aprovadas pela Anvisa. Evidentemente que essas também já foram aprovadas pela Inglaterra, Alemanha, Rússia, China, e os Estados Unidos. E aqui nós vamos só replicar aquilo que os outros países mais desenvolvidos já fizeram. E naturalmente vai ser validado aqui no Brasil. E aí nós vamos precisar de todas elas, não podemos ter preconceito com nenhuma."

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