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Anistia acusa Google e Yahoo! de conivência com censura na web

6/6/2007


Internet

Anistia acusa Google e Yahoo! de conivência com censura na web

A Anistia Internacional advertiu nesta quarta-feira que a internet pode "se tornar irreconhecível", a menos que se tome uma ação contra o que chamou de "erosão da liberdade online".

Com base no último relatório da Open Net Initiative, um site criado por acadêmicos das universidades de Toronto, Harvard Law School, Cambridge e Oxford, a Anistia acusou empresas como Google, Microsoft e Yahoo! de serem coniventes com a censura.

O relatório cita o caso da China, que teria se aproveitado da sua posição de "mercado em expansão" para conseguir o apoio de gigantes da internet para restringir as buscas e navegações de internautas chineses na web.

O estudo detalha que, em janeiro de 2006, o Google concordou em oferecer uma versão censurada de seu mecanismo de busca para obter autorização para operar na China.

Um mês depois, o Yahoo! expressou sua "profunda preocupação" diante de países que desejam impor censura na internet, mas depois foi revelado que a empresa havia liberado informações para autoridades chinesas, levando à condenação, em 2003, do dissidente Li Zhi a oito anos de prisão.

Dois anos depois o repórter Shi Tão foi condenado a dez anos de prisão. Documentos divulgados pela Justiça chinesa provaram, posteriormente, o envolvimento do Yahoo! nos dois casos.

O alerta da Anistia antecipa os resultados que serão apresentados nesta quarta-feira em uma conferência organizada pela ONG de defesa dos direitos humanos em Londres, em que vítimas da repressão online poderão expor suas experiências.

Para Tim Hancock, diretor da Anistia, "o modelo chinês, que estimula o crescimento econômico, mas proíbe a liberdade de expressão, está crescendo em popularidade entre dezenas de países que bloqueiam sites e prendem blogueiros".

"A menos que tomemos uma atitude agora, a internet pode ser tornar irreconhecível", disse ele.

Motivações políticas

Ainda segundo a Open Net Initiative, pelo menos 25 países estão usando filtros na internet, como Azerbaijão, Barein, Mianmar, Etiópia, Marrocos e Arábia Saudita. O Brasil não foi citado no relatório.

Os filtros são apenas um dos aspectos da repressão na internet, diz a Anistia. Segundo a ONG, websites e cibercafes estão sendo fechados por "motivações políticas".

O blogueiro egípcio Abdul Kareem Nabell Suleiman, de 22 anos, foi condenado a quatro anos de prisão por insultar o Islã e difamar o presidente do Egito.

A conferência da Anistia Internacional contará com celebridades do mundo da internet, como o fundador da Wikipedia, Jimmy Wales.

O evento marca o primeiro aniversário do website irrepressible.info, que está sendo relançado para se tornar um canal de informação para os interessados no futuro da liberdade na internet.

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Fonte: BBC Brasil
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