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Diversidade no mundo dos negócios é destaque na Conferência de Direitos Humanos da OAB

Tema foi debatido no primeiro dia do evento, realizado na cidade paulista de Campinas.

27/5/2024

O papel da diversidade no mundo dos negócios foi um dos temas em discussão no primeiro dia da "IX Conferência Internacional de Direitos Humanos" da OAB, dentro do painel Empresas, Direitos Humanos e Tecnologia. A conferência é organizada pelo Conselho Federal da OAB, por meio de sua Comissão Nacional de Direitos Humanos, em conjunto com a OAB/SP e neste ano ocorreu em Campinas até a útima sexta-feira, 24.

Os palestrantes reforçaram que as maiores violações de direitos humanos não são necessariamente praticadas pelo Estado, mas, principalmente, por empresas, organizações privadas, que desrespeitam esses direitos. Portanto, apontaram a necessidade de colocar o tema na pauta e na prática de governança das empresas, principalmente em grandes projetos.

Dione Almeida, secretária adjunta da OAB/SP chamou atenção para a importância crucial da diversidade para o sucesso e a sustentabilidade das empresas modernas, enfatizando que a inclusão genuína de mulheres, pessoas negras, indígenas e pessoas com deficiência não é apenas um compromisso ético, mas uma estratégia vital para o crescimento e a sustentabilidade dos negócios. "Quanto mais diferentes pessoas compor um time, mais difícil errar", explicou. Ela ainda ressaltou que "um grupo diversificado tem mais chances de alcançar seus clientes, que também são diversos".

Usando um exemplo histórico, ela citou que Steve Jobs, ao criar o primeiro computador, já pensava em diversidade ao reunir um time de filósofos, engenheiros, matemáticos e designers. Nos Estados Unidos, ela destacou que pelo menos 56% dos profissionais de tecnologia da Apple são de comunidades sub-representadas, um aumento significativo em relação aos 44% de cinco anos atrás.

"Transformar espaços para que se sintam acolhidos é essencial", afirmou Dione, enfatizando que quando as empresas investem em diversidade e inclusão, elas aproveitam todo o potencial e o talento de seus colaboradores.

Inteligência artificial

No mesmo painel, Ronaldo Lemos, presidente da Comissão de Inovação e Tecnologia da OAB/SP, abordou as ideologias da inteligência artificial e os direitos humanos. Ele chamou atenção para o fato de a tecnologia ser utilizada para a geração de fake news, desinformação, polarização e muito mais.

Segundo Lemos, essa preocupação aumenta neste ano, em que haverá eleições em pelo menos 60 países, incluindo Brasil, Estados Unidos e Índia. "Então, mais de dois milhões de pessoas neste ano vão passar por processos eleitorais e obviamente uma das preocupações é que a inteligência artificial possa ser utilizada para fazer campanhas maliciosas", alertou.

"No Brasil, a boa notícia é que o TSE conseguiu, inclusive em tempo adequado, criar uma normatização bastante completa com relação ao uso de inteligência artificial", comentou, frisando que as medidas criadas são capazes de lidar com os problemas mais urgentes existentes no país hoje.

Ronaldo Lemos ainda chamou atenção para a importância da participação da sociedade na construção da legislação sobre o uso da inteligência artificial no Brasil, que está em construção nas esferas governamentais, para evitar que haja exclusão social, perda de postos de trabalho e que o país não ocupe um papel coadjuvante no que se refere aos avanços e atualizações dessa tecnologia.

Ronaldo Lemos - OAB/SP.(Imagem: Mateus Lemos)
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