Migalhas Quentes

TRT-4 nega indenização e estabilidade a motorista que tombou caminhão

Colegiado entendeu que houve culpa exclusiva do trabalhador.

13/10/2024

Por unanimidade, a 11ª turma do TRT da 4ª região manteve sentença e negou indenização e estabilidade a motorista de caminhão envolvido em acidente de trabalho por estar em alta velocidade.

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No caso, o motorista trafegava a quase 100 km/h - velocidade superior à permitida, de 80 km/h - quando perdeu o controle do veículo e invadiu a pista contrária, resultando no tombamento do caminhão no acostamento.

Em depoimento à Polícia Rodoviária Federal, o motorista afirmou não se recordar como perdeu o controle do veículo e que “quando acordou, estava embaixo do caminhão”.

O trabalhador sofreu lesões leves na coluna e foi demitido sem justa causa uma semana após o acidente. Diante disso, ajuizou ação trabalhista.

TRT da 4ª região entendeu que acidente decorreu de negligência do motorista de caminhão, que trafegava em velocidade acima da permitida.(Imagem: Freepik)

Em 1ª instância, a juíza do Trabalho Fernanda Probst Marca, da vara do Trabalho de Farroupilha/RS, embora tenha reconhecido que a profisão de motorista apresenta riscos inerentes, o que, em tese, atrairia a responsabilidade objetiva da empresa, negou os pedidos do motosita.

Para a juíza, no caso concreto ficou comprovado que o acidente ocorreu por culpa exclusiva do motorista, sem qualquer contribuição da empregadora para o ocorrido.

A conduta inadequada do reclamante caracteriza a culpa exclusiva e foi a única causa do acidente, afastando o nexo causal”, concluiu a magistrada, indeferindo os pedidos de indenização por danos morais e estabilidade no emprego.

O motorista recorreu da decisão ao TRT da 4ª região, alegando que o acidente teria ocorrido devido à extensa jornada de trabalho e à falta de descanso adequado.

O desembargador Manuel Cid Jardon, relator do caso, considerou que houve negligência por parte do empregado ao conduzir o veículo acima da velocidade permitida e invadir a contramão sem qualquer justificativa externa ou relacionada ao caminhão.

Em relação ao excesso de trabalho, o desembargador ressaltou que o motorista não havia mencionado esse fato na petição inicial, caracterizando uma inovação recursal.

Diante disso, acompanhando o relator, o colegiado manteve a sentença que julgou improcedentes os pedidos do motorista.

O tribunal não informou o número do processo.

Informações: TRT da 4ª região. 

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