Em um ambiente jurídico cada vez mais orientado por dados, o fechamento de provisão se consolida como uma prática estratégica para empresas e escritórios com alto volume processual. O método — baseado na revisão, conciliação e consolidação de informações sobre processos judiciais — oferece segurança jurídica, confiabilidade contábil e maior previsibilidade de riscos.
Segundo Daniel Betton, diretor da eLaw Tecnologia, o fechamento de provisão representa um elo fundamental entre os setores financeiro, contábil e jurídico.
“Para garantir segurança, é essencial que o setor financeiro atue em parceria com o jurídico. Isso porque, para conseguir projetar corretamente, são necessários dados que se conectam com situações futuras, como demandas judiciais e extrajudiciais. Dentro desse conjunto de ações, uma se destaca quando falamos em segurança: a área de fechamento de provisão.”
Daniel explica que, de forma simplificada, a provisão financeira é uma reserva contabilizada para cobrir compromissos passados que gerarão impactos futuros nas finanças da empresa. A prática exige precisão técnica e organização de dados, características cada vez mais valorizadas em contextos corporativos.
Boas práticas e metáforas que explicam a estrutura
Durante palestra na Fenalaw 2024, o especialista Lucas Nascimento destacou a importância de tratar o fechamento de provisão como uma estratégia de negócio:
“O jurídico precisa ter regras bem definidas para essa implementação. Vai além da área jurídica — é uma estratégia da companhia e também uma estratégia contábil.”
Lucas utilizou a metáfora de uma árvore para ilustrar a lógica da área:
“Fechamento de contingência e provisão se resume a uma árvore. A raiz está ligada à qualidade dos dados. Para ter um bom resultado no fechamento, é preciso uma base sólida de informações — isso evita erros significativos.”
Daniel reforça essa visão ao destacar que cuidar da origem dos dados é essencial para alcançar os resultados esperados, tanto na perspectiva jurídica quanto contábil.
Case de sucesso: Grupo Verzani e Sandrini com eLaw
Um dos destaques do evento foi o case do Grupo Verzani e Sandrini, apresentado por Jaqueline Fernandes, advogada e head da área de Legal Ops da empresa. Em conjunto com Lucas Nascimento, a profissional demonstrou como a automação e o uso inteligente de dados transformaram a rotina de fechamento de provisões.
“Hoje, apertamos um botão e a provisão acontece em algumas horas. Antes da implantação do sistema eLaw, levávamos semanas — eram milhares de linhas em planilhas Excel e cerca de 40 escritórios reportando dados que precisavam ser tratados manualmente. O fechamento podia levar até um mês.”
Com a nova metodologia, os escritórios lançam as informações diretamente no sistema, e um único advogado interno valida os dados, garantindo agilidade e precisão.
Impacto direto na rotina e no bem-estar dos times
Para Jaqueline, o impacto do novo sistema vai além da eficiência técnica:
“Ao final de cada mês, não há mais aquele corre-corre e ansiedade para checar as provisões a tempo de enviar à contabilidade.”
Ela destaca ainda a implementação das chamadas “prévias de fechamento”, que permitem acompanhar os dados ao longo do mês e realizar ajustes de forma gradual. Essa dinâmica melhora a comunicação entre as áreas, reduz erros e preserva o bem-estar das equipes envolvidas.
“Esse resultado gradual colabora tanto para o jurídico quanto para a contabilidade, que passa a reportar valores com mais precisão e menos retrabalho.”
A experiência do Grupo Verzani e Sandrini reforça como o fechamento de provisão, quando bem estruturado e apoiado por tecnologia, pode ser um aliado poderoso na governança jurídica e contábil das empresas. Mais do que uma obrigação contábil, essa prática tem se consolidado como um diferencial estratégico e humano, alinhando resultados, conformidade e saúde organizacional, finaliza Daniel.