Migalhas Quentes

Município indenizará familiares por perda de restos mortais em cemitério

5ª Câmara de Direito Público fixou R$ 8 mil a cada familiar e determinou exumação com identificação genética.

8/12/2025

A 5ª câmara de Direito Público do TJ/SP condenou município a indenizar seis familiares em R$ 8 mil por danos morais cada, após a perda de restos mortais de pessoa sepultada em cemitério, ao reconhecer negligência e falta de controle na identificação. Colegiado também determinou que a atual concessionária realize exumação para identificação genética, por ordem judicial.

Segundo os autos, os familiares tentaram realizar a exumação quatro anos após o sepultamento, mas foram informados de que não havia condições adequadas e orientados a aguardar mais quatro anos.

Ao retornarem, descobriram que não havia mais identificação da falecida. Um funcionário informou que os restos mortais teriam sido colocados no ossuário; outro relatou que não seria possível localizar os restos mortais porque a cova foi aprofundada (“refunda”) e recebeu novo sepultamento, referente a pessoa falecida.

Família de mulher cujos restos mortais foram perdidos será indenizada.(Imagem: Freepik)

No voto, o desembargador Fermino Magnani Filho destacou o dever institucional dos entes públicos de zelar pelos administrados, especialmente quanto à comunicação de alterações relevantes aos familiares.

“A família se viu frustrada porque, mesmo empenhando esforços ao seu humilde alcance na tentativa de preservar a memória do ente querido, de acordo com suas crenças e convicções, foi surpreendida com a notícia de que talvez os restos mortais tenham se perdido para sempre. Nestes termos, diante da absoluta negligência, desprezo ético e humanitário aos mais sublimes afetos e dor alheia, falta de controle administrativo quanto à identificação dos restos mortais, patente a responsabilidade civil da Municipalidade pelos danos morais."

O relator também explicou que, embora à época dos fatos o cemitério estivesse sob custódia da prefeitura, caberá à atual concessionária a obrigação de exumar os restos mortais.

“Ressalto que o artigo 33, § 1º, do Decreto Paulistano nº 59.196/2020 permite a exumação antes do prazo trienal por determinação judicial (...) E a responsabilidade pela exumação compete à administração do cemitério, ora concedida."

Ao final, o TJ/SP fixou indenização por danos morais no valor de R$ 8 mil para cada familiar, determinou que a concessionária realize a exumação com zelo e especial cuidado no deslocamento dos restos mortais do sepultamento posterior.

Leia a decisão.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

TRT-3 reconhece insalubridade em grau máximo a trabalhador de cemitério

17/11/2025
Migalhas Quentes

TJ/MG confirma condenação de município pela perda de jazigo familiar

3/11/2025
Migalhas Quentes

Flávio Dino critica quem encara cemitérios como "comércio qualquer"

14/5/2025

Notícias Mais Lidas

Juiz vê licença ambiental comprovada e reinclui mineradora em licitação

5/12/2025

1ª turma do STF mantém caso de tráfico contra Cariani na Justiça de SP

5/12/2025

Justiça autoriza sociedade médica a recolher ISS por regime fixo

5/12/2025

Financial Times elenca Moraes na lista de "heróis" do ano

5/12/2025

Receita: Bens usados para pagar dívidas devem ser registrados pelo menor valor

5/12/2025

Artigos Mais Lidos

O fim do foro privilegiado no Direito Constitucional brasileiro

5/12/2025

Novação ficta: Como a súmula 286/STJ protege o consumidor de abusos bancários

5/12/2025

A democratização da CNH no Brasil: Análise jurídica da nova resolução do Contran (2025)

5/12/2025

Minha empresa foi processada e agora?

5/12/2025

Nova modalidade de fornecimento de bens e serviços à Administração Pública e o advento crescente de processos digitais e otimizados

5/12/2025