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PF conclui acareação entre dono do banco Master e ex-presidente do BRB

Procedimento durou quase sete horas e foi motivado por contradições em depoimentos sobre negociações entre Daniel Vorcaro e o ex-presidente do Banco de Brasília, Paulo Henrique Costa.

Da Redação

quarta-feira, 31 de dezembro de 2025

Atualizado às 10:40

A Polícia Federal realizou, na terça-feira, 30, a acareação entre o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e o ex-presidente do BRB - Banco de Brasília, Paulo Henrique Costa, após identificar contradições nos depoimentos prestados por ambos ao longo do dia.

As oitivas, que duraram quase sete horas, ocorreram na sede do STF e foram conduzidas pela delegada da PF Janaína Palazzo. Um juiz auxiliar do gabinete do ministro Dias Toffoli, relator do caso no Supremo, acompanhou todo o procedimento, assim como um representante do Ministério Público.

 (Imagem: Rubens Cavallari/Folhapress)

Caso Master: PF conclui acareação entre Vorcaro e ex-presidente do BRB.(Imagem: Rubens Cavallari/Folhapress)

Os trabalhos começaram por volta das 14h. Daniel Vorcaro depôs primeiro, por cerca de três horas. Depois, a partir das 17h30, Paulo Henrique Costa foi ouvido por aproximadamente duas horas.

Na sequência, o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, prestou depoimento até perto das 21h, mas acabou dispensado da acareação.

O objetivo da acareação foi esclarecer divergências nos relatos de Vorcaro e Costa a respeito das negociações que envolveram Banco Master e BRB. Ambos atuaram diretamente nas tratativas para a venda do banco privado à instituição pública do Distrito Federal.

Relembre

A investigação começou em 2024, no contexto da Operação Compliance Zero. Para a PF, o Banco Master não teria caixa para quitar títulos com vencimento em 2025.

Na apuração, consta que a instituição comprou créditos da empresa Tirreno sem pagar e depois repassou esses ativos ao BRB, em uma operação estimada em cerca de R$ 12 bilhões.

Em novembro deste ano, o Banco Central rejeitou a operação de compra do Banco Master pelo BRB e decretou a liquidação da instituição financeira. A decisão foi justificada, entre outros pontos, pela falta de liquidez e pela incapacidade de o banco cumprir seus compromissos financeiros.

No curso das investigações, Daniel Vorcaro chegou a ser preso, mas sua prisão foi convertida em medidas cautelares.

O diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, não é alvo da investigação. Conforme a apuração, por dever técnico, ele avaliou alternativas para o Banco Master, como aporte de recursos, troca na diretoria, venda da instituição e, por último, a liquidação.

Como as medidas anteriores não tiveram andamento, a Diretoria de Fiscalização recomendou a liquidação do banco. A venda ao BRB foi barrada pela Diretoria de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, comandada por Renato Gomes. 

Antes de ser demitido do comando do BRB, com o avanço das investigações da PF sobre fraudes bancárias, Paulo Henrique Costa sustentava que a aquisição do Banco Master seria uma saída para a crise enfrentada pela instituição privada.

Competência do STF e elevação do sigilo

No início deste mês, o ministro Dias Toffoli determinou que a investigação passasse a tramitar no STF, e não mais na Justiça Federal em Brasília/DF, após a citação do deputado Federal João Carlos Bacelar nas apurações, em razão do foro por prerrogativa de função.

Toffoli ainda determinou a elevação do grau de sigilo. O processo, que tramitava em segredo de Justiça, passou a ser classificado como sigiloso, nível máximo de restrição previsto pelo tribunal.

Os próximos passos da investigação serão definidos pelo ministro.

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