A Diabetes Mellitus Tipo 1 é uma doença crônica e incurável, diagnosticada em crianças geralmente nos primeiros anos de vida. O pâncreas não produz insulina, essencial para o corpo funcionar, exigindo aplicações diárias e monitoramento constante da glicose. Para as famílias, isso significa noites sem dormir e uma dedicação integral para evitar crises de hipoglicemia, que podem ser fatais.
Quando a DM1 se soma ao autismo, os desafios se intensificam. A sensibilidade sensorial da criança ao toque e às picadas torna a rotina de injeções de insulina (cerca de seis por dia) e medições de glicose (que seriam múltiplas picadas no dedo) um verdadeiro sofrimento. É uma realidade dolorosa que impacta toda a família.
Alívio para a rotina: O sensor freestyle libre e o canabidiol
A boa notícia é que a tecnologia e a medicina oferecem soluções para tornar essa rotina mais leve. O sensor freestyle libre, por exemplo, é um divisor de águas. Com ele, basta passar o leitor sobre o sensor para verificar a glicose, evitando as dolorosas picadas nos dedos. Cada sensor dura 14 dias, e são necessários dois por mês.
Além disso, o CBD - Canabidiol tem se mostrado um grande aliado para crianças com autismo, ajudando a reduzir a ansiedade e melhorando a qualidade de vida. É um tratamento que busca proporcionar mais tranquilidade para a criança e a família.
Os custos do tratamento: Um peso que você não precisa carregar sozinho
O custo desses tratamentos é um grande desafio para as famílias brasileiras. O sensor freestyle libre custa cerca de R$ 600,00 por mês (R$ 8.100,00 anuais). As insulinas podem chegar a R$ 7.920,00 anuais para as insulinas rápidas e R$ 7.560,00 anuais para a Gludeca. Somando o CBD (R$ 3.600,00 anuais), o custo anual pode ultrapassar os R$ 24.030,00. Esses valores são inviáveis para a maioria das famílias.
Seu filho na escola: Um direito essencial que precisa ser respeitado
É alarmante quando a escola se recusa a aplicar insulina ou a monitorar a glicemia, colocando a vida do seu filho em risco. A escola tem a obrigação de garantir a segurança e a inclusão da criança, disponibilizando um profissional capacitado, como uma enfermeira, para realizar esses procedimentos. A falta de apoio adequado na escola, muitas vezes, leva os pais a considerarem o ensino doméstico.
A justiça ao seu lado: Garantindo o tratamento e os direitos do seu filho
Muitas famílias não sabem, mas é possível acionar a Justiça para garantir que o Estado forneça os medicamentos, insumos e o suporte necessário para o tratamento da Diabetes Tipo 1 e do autismo. A ação contra o Estado é uma solução mais permanente e de longo prazo.
Além do fornecimento de medicamentos e insumos, como o sensor freestyle libre e o canabidiol, é possível buscar na Justiça:
- A disponibilização de um profissional capacitado na escola para gerenciar a diabetes do seu filho.
- A isenção de IPVA para o veículo da família, caso se enquadre nos requisitos legais.
Não deixe a burocracia ou o medo te impedirem de lutar pelos direitos do seu filho. Reúna os orçamentos dos medicamentos e insumos, os laudos médicos que comprovem a condição (para diabetes tipo 1, o diagnóstico é permanente e não requer atualização constante de laudos) e, em casos de autismo, a comprovação de que tratamentos anteriores foram esgotados, caso o processo seja contra o SUS.